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Sexta - 16 de Dezembro de 2011 às 15:15

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A Rússia convidou o vice-presidente da Síria, Faruk al Shareh, para ir a Moscou tratar sobre a crise, um dia após apresentar um projeto de resolução na ONU sobre a violência, os protestos populares e a repressão sangrenta que não cessam no país árabe.

Uma fonte no Kremlin citada pela agência de notícias Itar-Tass anunciou que Shareh foi recebido muito cedo em Moscou para uma "reunião séria" com líderes da Rússia, um país aliado do regime sírio e que até este momento recusou qualquer ação, inclusive as sanções da ONU, contra a Síria.

"Aqueles que dizem que vamos cantar louvores a ele ou acariciar sua cabeça estão errados", assegurou a fonte, acrescentando que a Rússia "não é a defensora dos sírios".

Na quinta-feira (15), Moscou surpreendeu ao apresentar um projeto de resolução no Conselho de Segurança condenando a violência na Síria "por todas as partes", uma alusão às forças do regime e às da oposição, principalmente desertores que têm intensificado ataques contra o Exército.

  15.dez.2011/Reuters  
Manifestantes se reúnem na cidade de Homs para protestar contra o regime do ditador sírio, Bashar al Assad
Manifestantes se reúnem na cidade de Homs para protestar contra o regime do ditador sírio, Bashar al Assad

O texto russo enfatiza um ponto rejeitado por europeus e americanos porque faz referência à violência "por parte de todos os lados, incluindo o uso desproporcionado da força pelas autoridades sírias".

Washington indicou sua vontade de trabalhar com base no projeto russo, mesmo contendo "elementos que não podem ser apoiados", como a "paridade entre a força da polícia e da oposição".

Em Túnis, 200 membros do Conselho Nacional Sírio (CNS), que representa a maioria das correntes de oposição síria, devem participar de uma reunião de três dias para reforçar e organizar sua ação para acelerar a queda do regime, julgada inevitável pelo líder Burhan Ghaliun.

Uma reunião entre ministros árabes das Relações Exteriores, agendada para acontecer no sábado, foi adiada por tempo indeterminado, enquanto uma reunião do comitê ministerial árabe encarregado do caso sírio acontecerá no sábado em Doha.

MAIS PROTESTOS

Enquanto o levante popular entra em seu décimo mês, manifestações em massa ocorrem no país. Os ativistas pró-democracia denunciam, desta vez, a posição da Liga Árabe, acusada de fazer muitas concessões ao poder de Damasco.

Cerca de 200 mil sírios foram às ruas da cidade de Homs nesta sexta-feira para exigir a queda do regime de Bashar Assad, que vem reprimindo desde março uma revolta popular contra seu regime.

Com o slogan "a Liga Árabe nos mata", os sírios organizaram passeatas também em Idleb, Deir Ezzor, Hama, Banias e Lattaquié, apesar da presença de tropas militares nas mesquitas, ponto de encontro dos manifestantes, segundo informaram o Observatório dos Direitos Humanos (OSDH) e os Comitês Locais de Coordenação (LCC).

Como tem ocorrido desde o início dos protestos, as forças do regime atiraram para dispersar os manifestantes. Seis civis morreram em Homs e um em Deraa.

Segundo estimativa da ONU, a repressão já matou mais 5.000 pessoas desde março.






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