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Esportes
Quinta - 15 de Dezembro de 2011 às 12:59
Por: Suzana Machado

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Os competidores da 12ª edição do Rally da Selva, que será realizado de 01 a 04 de março, terão a oportunidade de conhecer o território que já foi casa dos índios Panarás, conhecidos também como Krenakore ou índios “gigantes”. A tribo ocupava, na região norte de Mato Grosso, a bacia do Rio Peixoto de Azevedo, onde atualmente se localizam o município de mesmo nome e a cidade de Matupá, que passam a integrar a rota da competição.

A passagem pela terra dos Panarás é uma espécie de encontro com a origem da competição, que desde o início carrega na logomarca o símbolo dos índios gigantes quase exterminados pelos bandeirantes e salvos pelos irmãos Villas Boas.

“Quando cheguei à Sinop, há 15 anos, procurei me interar sobre a história local, da qual fazem parte os Panarás. Quando idealizamos o Rally da Selva, um dos principais objetivos foi promover a integração total do evento com a região norte de Mato Grosso, mantendo essa idéia em todos os detalhes, inclusive na logomarca do evento, que é composta por uma onça e por um símbolo Panará. A imagem, que inclusive é semelhante a um rastro de pneu, era pintada pelos Panarás em seus corpos durante ritual da tribo”, informou o diretor-geral do Rally da Selva, Miro Teodoro.

A insígnia que vai abaixo da onça, representa a força física e mental necessária aos aventureiros durante a competição em meio à selva amazônica.

“A onça e a insígnia são dois símbolos fortes da nossa região. Costumamos dizer que a onça representa a rapidez, já que os competidores precisam ser rápidos e ágeis na direção. A insígnia representa a força do índio, uma vez que além da agilidade, as equipes também precisam ter força física e mental”, afirmou o diretor geral do Rally.

Para o prefeito de Matupá, Fernando Zanfonato, o evento esportivo contribui para o resgate histórico cultural da região.

“É fundamental que as pessoas conheçam a história deste povo guerreiro, que também está ligada a chegada da BR 163 ao norte de Mato Grosso. Nós já desenvolvemos no município um projeto de resgate cultural que envolve também os Panarás e a iniciativa do Rally da Selva vem somar com essa atividade”, acrescentou.

HISTÓRIA - Segundo antropólogos, evidências etno-históricas apontam que os Panarás ocupavam a bacia do Rio Peixoto de Azevedo desde 1920.

O primeiro contato com o grupo indígena se deu na década de 1970, quando o governo federal anunciou o Plano de Integração Nacional e a construção das estradas Transamazônica, Manaus-Boa Vista e Cuiabá-Santarém. Os irmãos Orlando e Cláudio Villas Boas ficaram encarregados de localizar e “pacificar” os gigantes. Porém o contato com o homem branco quase resultou na extinção da etnia.

Após resistirem às tentativas de contato, os índios vítimas de doenças como a febre amarela se deixaram vacinar. Dos 400 Panarás que habitavam a região, apenas 79 resistiram. Em 1975 foram levados para o Parque Indígena do Xingu. Retornaram a seus antigos domínios em meados dos anos 90, fato considerado marco histórico, já que está foi a primeira vez que uma tribo indígena conseguiu na justiça a posse de suas antigas terras.

Atualmente os Panarás se localizam na aldeia Nãsepotiti, às margens do rio Iriri Novo, na bacia fluvial do rio Xingu, no norte do estado de Mato Grosso.

INSCRIÇÕES - Os aventureiros podem se inscrever no Rally da Selva pelo site www.rallydaselva.com.br. As disputas serão nas categorias Super Máster, Graduado, Júnior, Turismo e Expedição.

Mais informações podem ser obtidas no site oficial ou pelos telefones (66) 8115-0122, (66) 8112-0333 ou (66) 9985-2186.






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