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Internacional
Domingo - 11 de Dezembro de 2011 às 16:00

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Centenas de russos voltaram neste domingo às ruas de algumas capitais regionais da Rússia para contestar, pelo segundo dia consecutivo, os resultados das eleições parlamentares de domingo passado no país, alvo de acusações de fraude, e exigir um novo voto.

A manifestação mais numerosa, permitida pelas autoridades locais, foi realizada na cidade de Perm, onde mais de 800 pessoas, segundo fontes policiais citadas pela agência de notícias "Interfax", protestaram contra o partido governista Rússia Unida, liderado pelo primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, candidato à Presidência no pleito de março.

Em Moscou, cerca de 300 nacionalistas protestaram em frente ao Kremlin por mais participação na política russa.

  Denis Sinyakov/Reuters  
Manifestantes nacionalistas protestaram neste domingo no centro de Moscou por uma maior participação na política russa
Manifestantes protestaram neste domingo no centro de Moscou por uma maior participação na política russa

Pouco mais de cem pessoas se congregaram em atos de protesto não autorizados nas cidades siberianas de Novosibirsk e Omsk.

Os manifestantes de Novosibirsk, convocados pelos partidos da oposição, exigiram novas eleições em todos aqueles colégios eleitorais onde a RU obteve mais da metade dos votos.

Enquanto isso, a polícia libertou ao longo deste domingo a maioria das mais de 130 pessoas detidas no sábado durante as manifestações do maior movimento de protesto na Rússia em mais de 15 anos.

Em São Petersburgo, 45 pessoas são acusadas de falhas administrativas, assim como outras 17 na cidade de Samara, às margens do rio Volga.

  Denis Sinyakov/Reuters  
Russos fizeram maior protesto dos últimos anos no sábado, quando, segundo organizadores, até 40 mil saíram às ruas
Russos fizeram protesto histórico ontem, quando, segundo organizadores, até 40 mil saíram às ruas de Moscou

Doze pessoas foram libertadas em Pyatigorsk, capital da região de Stavropol, e outras 12 em Tula, todas elas detidas no sábado por participarem de protestos não pactuados com as autoridades.

As manifestações deste domingo, embora menos numerosas, dão continuidade à causa das dezenas de milhares de russos que saíram às ruas no sábado em cerca de 50 cidades de todo o país sob o lema "por eleições limpas".

PROTESTO HISTÓRICO

No sábado, os manifestantes de Moscou haviam denunciado fraudes nas eleições legislativas de domingo passado e exigiram às autoridades a realização de novos pleitos parlamentares, a libertação dos presos políticos e a investigação de todas as irregularidades eleitorais.

Mais de cem pessoas foram presas durante a maior manifestação no país desde o primeiro mandato do primeiro-ministro Vladimir Putin, em 2000.

Milhares foram às ruas em diversas cidades para protestar contra as eleições legislativas do domingo passado, que eles dizem serem fraudulentas, e também contra Putin. Em ato similar na última terça-feira, foram presos 500.

Segundo o Ministério do Interior russo, mais de 130 manifestantes foram detidos em todo o país, a maioria deles por participar de manifestações não autorizadas pelas autoridades locais.

A polícia afirma ter havido cerca de 30 mil pessoas apenas em Moscou, mas os organizadores estimam entre 40 mil e 80 mil participantes.

Cerca de 7.000 pessoas foram às ruas em São Petersburgo e manifestações com centenas ocorreram em ao menos outras 60 cidades.

  Yuri Maltsev/Reuters  
Milhares de manifestantes saíram às ruas de toda a Rússia neste sábado em protestos contra fraudes eleitorais
Milhares de manifestantes saíram às ruas de toda a Rússia neste sábado em protestos contra fraudes eleitorais

A eleição parlamentar de domingo, em que o partido governista Rússia Unida viu sua bancada encolher em 77 deputados, embora mantendo uma ligeira maioria no Parlamento, sinalizou um crescente descontentamento contra os 12 anos de hegemonia política de Putin no maior país do mundo.

Durante a semana, o partido Rússia Unida negou as fraudes e acusou os Estados Unidos de incitarem a agitação popular. Centenas foram presos pela polícia durante a repressão a protestos logo após o término das eleições.






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