Cão que ficou enterrado pode precisar de transfusão de sangue
Depois de voltar a comer, o cãozinho de quatro meses que passou mais de 12 horas enterrado em Novo Horizonte (399 km de SP) está estável, mas pode passar por uma transfusão de sangue devido a número baixo de células vermelhas do sangue, segundo a veterinária Viviane Cristina da Silva.
O cachorro está passando por exames de sangue diários para verificar sua melhora e a necessidade da transfusão de acordo com a veterinária. "Ele continua com anemia e infecção. Não piorou, só que também não melhorou. Estamos vendo ainda se haverá a necessidade da transfusão", disse.
Silva disse ainda que o filhote deve passar por um oftalmologista para avaliar como estão seus olhos. Segundo Marco Antônio Rodrigues, presidente da Associação Mão Amiga, o animal apresentou redução do inchaço dos olhos hoje e conseguiu abri-los cerca de 30%.
O cachorro deve sofrer uma cirurgia nos olhos, mas ainda não há previsão de quando ela será feita devido ao seu estado de saúde.
Durante o sábado o cãozinho deu um sinal positivo. "Ele estava no meu colou e quando colocaram um outro filhote ao seu lado ele rosnou, mas não brincou. Foi a primeira reação dele desde que ele chegou na clínica. Ele não tinha tido nenhuma até então", disse a veterinária.
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Titã, resgatado após ficar enterrado, é atendido por veterinária em Novo Horizonte (399 km de SP) |
Ontem, a infecção de pele do filhote piorou. Viviane afirma que o problema já existia antes de ele ter sido enterrado e, como não foi tratado, piorou. Há riscos de que a infecção se agrave.
ADOÇÃO
Rodrigues contou à Folha que recebe cerca de 100 ligações todos os dias de pessoas que querem saber no estado de saúde do filhote. De acordo com o presidente da Mão Amiga, há uma lista de 18 pessoas que querem adotar o cãozinho, inclusive de fora do país.
"Essa moça da Argentina ficou comovida em saber a história dele e perguntou sobre a possibilidade de adotá-lo. Ela é a 17ª na lista de pessoas que querem adotá-lo", disse
ENTERRADO
Na terça-feira (6), a Associação Mão Amiga recebeu uma denúncia de maus-tratos e o vice-presidente da entidade, Alexandre Rodrigues, saiu para apurar. Não encontrou nada, mas voltou na manhã seguinte à casa do suspeito.
Ele percebeu uma porção de terra remexida, resolveu entrar, e acabou desenterrando o filhote ainda vivo.
O cachorrinho estava quase sem pelos, desnutrido, e com ferimentos nos olhos.
Na clínica, os funcionários começaram a chamar o vira-lata de Titã.
De acordo com Marco Antônio Rodrigues, presidente da associação, o grupo registrou um termo circunstanciado na polícia, que vai investigar o caso e convocar o antigo dono do animal a prestar depoimento.
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