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Sábado - 10 de Dezembro de 2011 às 11:21

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Pelo menos 41 civis, incluindo sete crianças, morreram na sexta-feira em ações das forças de segurança sírias durante manifestações contra o regime do ditador Bashar al Assad, segundo um novo balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Doze civis, entre eles duas crianças de 10 e 12 anos, faleceram em Homs, centro da rebelião contra o governo, e um jovem de 14 anos morreu em Aqrab, na mesma região, segundo um comunicado do OSDH, uma organização não governamental que tem sede em Londres.

  France Presse - 9.dez.2011  
Imagem de vídeo postado no YouTube mostra soldados sírios em subúrbio da capital, Damasco; mais de 4.000 já morreram
Imagem de vídeo postado no YouTube mostra soldados das forças do regime em subúrbio da capital, Damasco

Em Hama (210 km ao norte de Damasco), as forças de segurança mataram cinco civis. Oposicionistas relatam que tanques estão cercando a cidade de Homs, bastião do movimento, e há o temor de um grande ataque do regime.

Dezoito civis, incluindo duas crianças, faleceram nas cidades de Duma, Saqba, Kafarbatna, Hamurie e Dmeir, na província de Damasco.

Uma mulher e uma criança morreram na província de Deraa (sul), onde teve início a onda de protestos há quase nove meses, também de acordo com o OSDH.

Na província de Idleb, perto da fronteira com a Turquia, dois civis, incluindo um jovem de 15 anos, morreram na cidade de Maaret al Nooman. Um taxista foi morto a tiros na mesma região.

Segundo a ONU, as forças sírias mataram mais de 4.000 pessoas desde o início da revolta popular contra o regime de Assad, em março.

AJUDA ÁRABE

A Síria recorreu nesta sexta-feira à comunidade internacional, especialmente aos países árabes, para encontrar uma "saída honrosa" à crise que enfrenta, particularmente ao não enviar armas ao país.

"Estamos recorrendo ao mundo externo e a nossos irmãos do mundo árabe para ajudar a Síria (a evitar a) canalização de armas" para o país, disse o porta-voz do ministro sírio das Relações Exteriores, Jihad Makdisi, em uma conferência de imprensa em Damasco.

"Queremos que os outros, todos os outros, apoiem a revolução síria, não o confronto com a Síria", declarou.

  Associated Press  
Imagem de vídeo amador divulgada pela emissora de TV Ugarit News mostra cadáver sendo arrastado em Homs, na Síria
Imagem de vídeo amador divulgada pela emissora de TV Ugarit News mostra cadáver sendo arrastado em Homs

"Se todos trabalharmos juntos, podemos encontrar uma saída honrosa para a crise".

Makdisi convocou a conferência de imprensa para denunciar a rede de notícias americana ABC, que esta semana transmitiu uma entrevista com o ditador Bashar al Assad. "A rede distorceu o que o presidente disse".

A ABC "deformou deliberadamente as palavras do presidente ao transmitir vídeos (de violência) para incitar" a ação contra a Síria, disse o porta-voz. "Foi um erro deliberado".

Makdisi afirmou que a ABC editou a entrevista que Assad concedeu à jornalista Barbara Walters e transmitiu apenas o que queriam que o mundo ouvisse, cortando longos trechos da fala do presidente. "O importante era mostrar a Síria como o mal" e acrescentou: "A batalha é política, sabemos".

Na entrevista à ABC, Assad negou ter ordenado o assassinato de manifestantes na Síria e disse que "apenas uma pessoa louca" atacaria seu próprio povo. Ele também discordou das declarações da ONU sobre as mortes de mais de quatro mil pessoas desde meados de março.

O porta-voz do ministro das Relações Exteriores mostrou parte da entrevista que foi transmitida pela ABC e a gravação original para provar a edição.

TURQUIA

Também nesta sexta-feira a Turquia disse que não pode se abster se a repressão na Síria está colocando em risco a segurança na região como um todo, disse o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, nesta sexta-feira.

Embora Ancara não deseje interferir nas questões internas da Síria, tem o dever de dizer "chega" a Damasco se o governo vizinho coloca a segurança da Turquia em risco ao combater seu próprio povo e obrigar as pessoas a fugirem do país, afirmou o chanceler.

  Sana/Associated Press  
Explosão de oleoduto em Homs pode ser usada como pretexto para forças invadirem a cidade, dizem oposicionistas
Explosão de oleoduto em Homs pode ser usada como pretexto para forças invadirem a cidade, diz a oposição

A Turquia, que é membro da Otan, disse no mês passado que não queria uma intervenção militar na Síria, mas que estava preparada para "qualquer cenário," inclusive estabelecer uma zona-tampão dentro da Síria.

O país, que vem aumentando as críticas a seu antigo aliado, teme que uma guerra civil baseada em linhas sectárias na Síria possa se espalhar pelas fronteiras e provocar tensão entre o povo turco.

"A Turquia não deseja interferir nos assuntos internos de ninguém, mas se surgir um risco à segurança regional, então não temos o luxo de nos abster e apenas assistir", disse Davutoglu a jornalistas na capital turca, referindo-se à Síria.






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