Em visita a Buenos Aires para uma reunião bilateral com sua colega argentina, Débora Giorgi, o ministro brasileiro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou estar "tranquilíssimo" em relação às denúncias que o envolvem com atividades de consultoria antes de assumir o Ministério.
Há suspeitas de que negócios de consultoria dos quais Pimentel fazia parte antes da campanha presidencial de 2010 tenham vínculo com empresas ligadas a prefeitura de Belo Horizonte, onde ocupou o cargo de prefeito até 2008.
O ministro disse que tem "certeza de que esse episódio está superado", que já falou tudo o que tinha para falar sobre esse assunto e que todas as explicações já foram dadas. Sobre a possibilidade de o Congresso convocá-lo para esclarecer a situação, salientou que não há nenhuma necessidade, mas que se for chamado terá que comparecer para prestar declarações.
Pimentel esteve na capital argentina até o final da tarde dessa sexta-feira para tratar de questões comerciais correntes que buscam abrir o processo de negociação de curso mais longo para construir mecanismos efetivos de integração produtiva entre a economia brasileira e argentina.
O encontro do ministro com Giorgi foi sequência da reunião que a presidente Dilma Rousseff teve com a chefe de Estado argentina, Cristina de Kirchner, em Caracas (Venezuela), durante a III Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento, que deu início ao funcionamento da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos.
Acordos
Na noite dessa sexta-feira, durante a chegada de Dilma ao Hotel Four Seasons, localizado no bairro da Recoleta, um dos mais ricos da capital argentina, o assessor especial para assuntos internacionais da presidência, Marco Aurélio Garcia, explicou que na reunião que ocorreu no período da manhã entre os dois ministros houve um acordo para desenvolver um regime automotriz bilateral baseado na regionalização de peças.
"Há um déficit muito grande na Argentina e no Brasil no que diz respeito às autopeças e nós vamos fazer um esforço muito grande para que os dois países aumentem o conteúdo regional e possam, até mesmo, se transformar em pólos de exportação de peças para outras regiões", salientou Garcia.
Também foram tratados acordos para impulsionar a integração produtiva em setores energéticos como gás e petróleo, indústria naval, aeronáutica e defesa.
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