Embrapa e Ubrabio estabelecem acordo para pesquisas sobre biodiesel
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a União Brasileira do Biodiesel (Ubrabio) assinaram um termo de cooperação, nesta quinta-feira (08/12), em Brasília (DF). Com duração de cinco anos, o acordo prevê a colaboração entre as entidades em pesquisas e programas de desenvolvimento do biodiesel. As ações poderão incluir estudos sobre matérias-primas de origem agropecuária, bem como processos industriais e aproveitamento de resíduos e coprodutos. O acordo também permite a cooperação para viabilizar a aplicação prática do conhecimento técnico-científico que vier a ser gerado.
Representantes das duas entidades apontaram a iniciativa como um instrumento de aproximação entre o setor produtivo e a pesquisa energética. Para o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, o convênio será uma ferramenta para identificar os gargalos do setor produtivo em que a pesquisa precisa atuar. O documento vai ao encontro do esforço da instituição para estreitar suas relações com a iniciativa privada. “A Embrapa é conhecida pela tecnologia que gera e, às vezes, as pessoas não se dão conta do nosso trabalho de gestão”, comentou Arraes, referindo-se às ações de coordenação de esforços e articulação de parcerias da instituição.
O presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, lembrou que, nos últimos anos, a produção de biodiesel teve impacto econômico e social no Brasil. Dados de um estudo realizado pela própria Ubrabio e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que, de 2005 a 2010, a cadeia produtiva do biodiesel gerou 1,3 milhão de empregos. Embora apenas 20% do volume de matérias-primas venha da agricultura familiar, já há 103 mil famílias fornecendo grãos para as usinas. Além disso, o biodiesel contribui para a redução da poluição do ar nas grandes cidades. Ainda de acordo com o estudo Ubrabio/FGV, a adição de 10% de biodiesel ao diesel comum evitou 1321 internações e 188 mortes só na cidade de São Paulo, em 2007. “Temos que discutir com os diferentes representantes da sociedade quais eixos da atividade têm que ser desenvolvidos para que o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel extrapole o estágio atual e continue gerando benefícios para o País”, afirmou o presidente da Ubrabio.
O chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Manoel Teixeira Souza Júnior, contou que as entidades já estão agendando reuniões para o início de 2012, para definir ações prioritárias e conjuntamente buscar recursos para viabilizá-las. Ele espera que o apoio da Ubrabio desde a etapa inicial dos projetos dê-lhes maior chance de resolver os problemas do setor produtivo.
Na opinião do diretor-superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski, uma das frentes em que a entidade pode colaborar é exatamente na transferência de conhecimentos. “Muitas tecnologias já estão desenvolvidas, mas ainda não estão disponíveis no campo”, afirmou. Ferrés, da Ubrabio, disse que a estrutura da entidade e de suas empresas associadas, assim como a da Embrapa, pode ser usada para difundir conhecimento, principalmente para as regiões brasileiras mais distantes ou menos desenvolvidas.
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