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Economia
Sexta - 09 de Dezembro de 2011 às 07:38
Por: MARIANNA PERES

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O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) – órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), apresentou ontem um estudo sobre o Valor Bruto da Produção (VBP) estadual que diverge dos trabalhados mensalmente publicados pelo Ministério da Agricultura. O levantamento aponta para uma renda, da porteira para dentro, 40% inferior às estimativas da União. O Imea contabiliza o VBP agrícola de 2011 em R$ 20,34 bilhões, ante R$ 33 bilhões, como o divulgado pelo Ministério no mês passado.

O VBP calculado pelo Imea considerou a sazonalidade das vendas dos produtos agropecuários pelos produtores. No VBP do Mapa não são consideradas as cadeias da pecuária e os novos números relativos ao VBP agrícola de 2011 deverão ser publicados nos próximos dias.

Conforme o Imea foram estudadas as performances de dez cadeias produtivas, sendo seis agrícolas (soja, milho, produtos florestais, cana-de-açúcar, arroz e algodão) e quatro da pecuária (suínos, bovinos, aves e leite). Juntas, elas formam um VBP estadual de R$ 27,66 bilhões, valor que quando comparado ao consolidado de 2010, R$ 21,15 bilhões, apresenta expansão anual de 30,8%. O VBP é calculado com base na produção realizada da porteira para dentro das fazendas e nos preços vigentes no mercado.

Dos R$ 27,66 bilhões estimados, 73,53% vieram da agricultura – VBP agrícola em R$ 20,34 bilhões – e 26,47% da atividade pecuária, que acrescentou R$ 7,32 bilhões. Como observam os analistas do Imea, na comparação entre 2010 e 2011, houve recuo na participação da pecuária, de 29,59% para 26,47% e crescimento da agricultura, que passou de 70,41% para 73,53%, “num claro reflexo da atual demanda internacional”. Em valores, o VBP agrícola aumentou no período, 36,6%, de R$ 14,89 bilhões para R$ 20,34 bilhões e o VBP da pecuária registra incremento de 17%, com receita saindo de R$ 6,25 bilhões para R$ 7,32 bilhões.

Segundo o órgão estadual, os valores foram obtidos a partir da análise de preços efetivamente contratados pelo produtor como também por meio de correção sobre uma falha de cálculo do Ministério em relação ao algodão. “Foram dois pontos básico que fizeram o nosso estudo divergir daquele do Ministério. O primeiro é que não utilizamos um único valor de mercado da commodity para chegar à receita gerada por uma cultura/cadeia, e, sim, todos os movimentos de preços pelos quais o produtor foi influenciado durante o período de análise. Se houve, por exemplo, um pico de preços, mas apenas 20% da soja foi comercializada neste bom momento, este intervalo será considerado exatamente nesta proporção”, explica o superintendente do Imea, Otávio Celidônio. Outro ponto considerado correção ao que o Ministério divulga é em relação ao algodão. “Há um erro grave na metodologia do Ministério e que produz uma diferença brutal nas estimativas finais. A União considera a produção de pluma, a fibra, mais o caroço, no entanto, o maior valor de mercado é o da fibra e ela representa apenas cerca de 40% da lavoura”.

Para o presidente da Famato, Rui Ottoni Prado, a correção é extremamente necessária para se mostrar a realidade da atividade mato-grossense e assim, fundamentar possíveis pleitos para ações de políticas públicas. “Os números, em Mato Grosso, deixam um certo caráter de artificialidade, para estarem o mais próximo da realidade”. (Veja quadro)

COMPARAÇÃO – Conforme VBP divulgado no mês passado pelo Mapa, a receita estimada para o algodão foi de R$ 12,27 bilhões, valor obtido por meio da produção estadual vezes um preço médio do mercado. A mesma metodologia rendeu as seguintes receitas: R$ 14,50 bilhões para a soja, R$ 3,31 bilhões para o milho, R$ 768,10 milhões para cana e de R$ 342,31 milhões para o arroz.

Pelo VBP do Imea, a receita do algodão – após a correção que considera apenas a pluma e sua sazonalidade das vendas - se mostra 62,5% menor em relação à estimativa do Ministério, de R$ 12,27 bilhões para R$ 4,60 bilhões. Entre os números do Instituto, há incremento de 110,5% sobre a receita obtida em 2010. Para a soja, as diferentes metodologias impõem uma receita 18% menor, já que para o Imea a cultura fecha o ano com faturamento de R$ 11,87 bilhões, porém, com expansão de 27,4% sobre 2010. No milho a estimativa local, R$ 2,17 bilhões é 34,44% inferior ao Mapa, mas 10% acima do realizado no ano passado. Para a cana a previsão do Imea em R$ 998,84 milhões, supera em 27% a do Mapa e 29,5% acima do que foi em 2010. Ao arroz, o Imea prospecta receita de R$ 458,87 milhões, 15,5% acima de 2010 e quase 35% maior em relação ao valor do Mapa. (Veja mais na página C2)




Fonte: Do DC

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