A Justiça concedeu na quinta-feira liberdade ao ex-policial militar João Dias, delator de um suposto esquema de desvio de verbas no Ministério do Esporte que está preso desde ontem no Complexo da Papuda por injúria e lesão corporal após invadir o Palácio do Buriti, em Brasília. Dias alega ter ido devolver ao secretário de Governo do Distrito Federal, Paulo Tadeu, dinheiro pago como propina. O delator inclui o irmão de Tadeu, Ricardo, como um dos emissários do dinheiro, mas o secretário diz ter provas de que o irmão não estava em Brasília no domingo, quando a propina teria sido oferecida. As informações são da rádio CBN.
"O que interessa agora é a Polícia Civil, que está de posse dessas notas - as notas, inclusive, são sequenciais, são maços de dinheiro com fita - identificar o banco. Dá para identificar o número das cédulas e, portanto, dá para identificar a origem desse dinheiro. E é esse momento que vai fechar todo esse enredo de armação que foi feito, na realidade, contra o governo", afirmou Tadeu. A defesa de Dias acusa o governador Agnelo Queiroz (PT), ex-ministro do Esporte, de tentar "tirar o policial de cena". "João Dias, que foi um cidadão que devolveu um dinheiro que teria sido entregue para ele como um cala-boca, foi preso por duas vezes, enquanto os responsáveis pelo fornecimento dessa quantia se encontram ainda em liberdade", disse o advogado André Figueira. A polícia apura o suposto sumiço de parte do montante dos R$ 200 mil que Dias diz ter levado ao palácio - foram encontrados R$ 159 mil. Quando entrou no gabinete de Tadeu, Dias teria encontrado a funcionária Paula Araújo. Em depoimento, o ex-PM acusa uma mulher chamada Paula de procurá-lo para oferecer dinheiro. "Ele (Dias) nos agrediu, bateu na gente, nos empurrou, jogou dinheiro em cima da gente. Louco, essa pessoa tem que estar presa", disse Araújo.
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