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Cidades/Geral
Terça - 06 de Dezembro de 2011 às 21:38

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Servidores de diferentes áreas do nível superior da Prefeitura de Cuiabá votaram, por unanimidade, indicativo de greve em Assembleia Geral realizada nesta terça-feira, 06 de dezembro. Os servidores reclamam da falta de atenção por parte da administração pública, pois não foram contemplados em nenhum Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) aprovados este ano. Cerca de 273 profissionais podem entrar em greve no início de 2012.

“Nós estamos na luta pela aprovação de nosso PCCS desde o início no ano. Entregamos nossa proposta à Prefeitura em setembro e até hoje não tivemos resposta nenhuma. Reuniões foram marcadas, mas os representantes do Executivo nem sempre dão o ar de sua graça. Parece que para eles nós não temos a mínima importância, recusam a nos ouvir”, explicam os servidores da Comissão dos Representantes dos Servidores de Nível Superior sem PCCS.

Os servidores alegam que, há 17 anos, o segmento de nível superior não recebe aumento real de salário, por muitos anos nem mesmo houve reajustes a partir do nível da inflação, o que congelou os salários em R$ 1.071,00. “A Prefeitura de Cuiabá trabalha no sentido inverso, porque em vez de incentivar os servidores, ela desmotiva, desvaloriza. Nós nos sentimos tremendamente desvalorizados”, afirmou uma integrante da Comissão. Além disso, de acordo com o PCCS vigente, os servidores não conseguem uma progressão de carreira com base na qualificação profissional, somente cumprindo o prazo de sete anos em cada quadro, até chegar ao nível correspondente. Nesse sentido, a progressão pode demorar até duas décadas.

 
 “O PCCS que nós temos hoje engessa a progressão profissional, é cheio de obstáculos. Nossa avaliação é de que a gestão Galindo está, paradoxalmente, reservando salários inferiores aos servidores de nível superior”, afirmaram.
 
   Os servidores também fizeram uma Nota de Repúdio à Prefeitura Municipal de Cuiabá (leia a nota no fim do texto).

“Uma luz no fim do túnel” – no final da sessão ordinária da Câmara Municipal desta terça-feira, alguns vereadores (Everton Pop, Júlio Pinheiro e Adevair Cabral) se comprometeram a entregar, pessoalmente, a proposta de PCCS elaborada pelos servidores ao prefeito de Cuiabá ainda hoje e aprazaram uma audiência com Galindo para sexta-feira. Mas os servidores ressaltam que já ouviram esse tipo de promessa anteriormente, sem resultados. “Vamos esperar e ver se a promessa de ‘bater o martelo na sexta-feira’ não será, na verdade, uma martelada nas nossas cabeças”.
 

Nota de Repúdio à Prefeitura Municipal de Cuiabá

Nós, servidores de nível superior da Prefeitura Municipal de Cuiabá, repudiamos o descaso com que a Administração do prefeito Francisco Galindo tem nos tratado.

Há mais de seis meses vimos tentando dialogar com o senhor prefeito e sua equipe, mas sem qualquer resultado concreto. A sociedade sabe que os serviços que tem a sua disposição são mantidos a duras penas pelos profissionais públicos, que somos obrigados a trabalhar muitas vezes com o teto caindo sobre nossas cabeças.

Sabemos que, muitas vezes, somos indigitados como os responsáveis pela má qualidade dos serviços oferecidos, mas esses que nos acusam fingem não saber que recebemos salários de fome, que somos servidores a quem não é dada condição de servimos a nossa própria mesa. Vivemos numa situação de indignidade ante a qual a senhora secretária de gestão Adriana Barbosa da Silva, seguindo o horrível exemplo de Pôncio Pilatos, lava as suas mãos. Aos servidores tem restado a lenta agonia na cruz salarial.

Denunciamos essa política de “meia dúzia” contra todos, pela qual poucos ficam com muito e muitos ficam com quase nada. Ao povo, nem se pode dizer que a Administração Galindo nada reserva além de pão e circo, porque na vida, ou sobrevida, do povo, falta pão e sobra circo, numa variante piorada da velha fórmula romana. Disso dão exemplos projetos como o “Valorizando vidas”, o qual nada oferece a Cuiabá além da demagogia do alcaide e de algumas migalhas para engabelar a população. A Administração do alcaide Galindo, que não valoriza nem sequer a vida de seus servidores, como poderia valorizar a vida de toda a população da capital de Mato Grosso?  Até onde vai a política do empresário paulista? Serão os lucros dele mais importantes do que os nossos salários e a dignidade de nossas vidas e da vida de todos os nossos irmãos cuiabanos?

Não desistiremos de lutar por justiça, para nós, por Cuiabá. Vamos continuar batalhando em 2012, quando o pré-candidato “não declarado” será lembrado de que nós não nos esquecemos da forma como fomos tratados em seu (des)governo.





Fonte: SISPUMC

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