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Cidades/Geral
Terça - 06 de Dezembro de 2011 às 15:27

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Os números do segmento concessionário evidenciam o bom momento econômico que Mato Grosso tem apresentado. Com mais de 107 mil emplacamentos de veículos registrados até o encerramento do mês de novembro, agora o Estado caminha para ultrapassar a expectativa prevista pelo setor. A informação é da diretoria regional da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.

 

No último mês foram emplacados 10.117 veículos de todas as categorias (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas) em Mato Grosso. O número sobressai em 10,40% o valor registrado em outubro, quando foram emplacados 9.164 veículos. Já no acumulado do ano, o Estado atingiu 107.942 comercializações. A expectativa do setor é chegar a 117 mil, número que deve ser facilmente alcançado se o segmento manter a média que apresentou nos outros meses.

 

“O mês de dezembro já é naturalmente forte, devido às festas de final de ano, às férias e à injeção da economia com o 13º salário. Com o ritmo que o mercado vem mantendo, não teremos dificuldades de ultrapassar a meta estipulada. Tudo indica que teremos um recorde de vendas. Em 2012 o setor deve apresentar estabilidade”, explica o diretor regional da Fenabrave, Paulo Boscolo.

 

Para se ter uma ideia do que isso representa, nos onze meses desse ano, o número de emplacamentos já sobressai em 12,77% o mesmo período de 2010. À época, foram emplacados 95.722 veículos no Estado, contra os 107.942 desse ano. Em relação ao cenário nacional, mais uma vez Mato Grosso obtém destaque: o Brasil apresenta crescimento de 6,28% no acumulado do ano.

 

NOVEMBRO – No mês de novembro foram comercializados 3.252 automóveis (carros de passeio) em Mato Grosso, contra 2.904 em outubro. O segmento de comerciais leves (caminhonetes) registrou 1.529 emplacamentos, ante 1.263 no mês anterior. O segmento de caminhões também apresentou alta, com 372 emplacamentos em novembro contra 291 em outubro. O setor de motocicletas atingiu a marca de 4.950 comercializações contra 4.672 no comparativo. O índice negativo fica por conta do segmento de ônibus, que emplacou apenas 14 veículos neste último mês ante 34 em outubro.

 

CUIABÁ – A capital mato-grossense acompanhou o ritmo de crescimento no comparativo mensal. Com 2.810 veículos emplacados em novembro, a elevação foi de 9,21% em relação ao mês de outubro, quando foram emplacados 2.573 veículos. Porém, no comparativo do acumulado do ano, a capital não atingiu tanto êxito quanto a média nacional. Embora com número positivo, o crescimento foi de 7,87% com 30.570 veículos emplacados entre janeiro e novembro desse ano. No mesmo período do ano passado, esse número era de 28.340.

 

Alta do IPI começa a vigorar esse mês

 

Anunciado em setembro pelo governo como medida para controlar a chamada invasão dos importados, a alta do IPI entra em vigor no próximo dia 15. Até lá, um segundo decreto deve ser publicado com normas específicas para definir a criação de incentivos para a instalação de fábricas de automóveis e estimular as indústrias que já estão produzindo no país.

 

De acordo com as regras estipuladas pelo governo, o aumento da tributação será feito em duas frentes: sobre as empresas que não promovem nacionalização dos produtos e sobre as que não utilizam até 65% de partes produzidas no Mercosul. As empresas que já estão instaladas e aquelas que vão implantar novas fábricas ou apresentarem projetos de implantação de novos parques industriais e passarem por avanços tecnológicos vão ter tratamento diferenciado no imposto e contarão com benefícios nos prazos para se adequarem à utilização de conteúdo local.

 

Para o diretor da Fenabrave-MT, Paulo Boscolo, embora a medida tenha sido anunciada de forma que classifica como ‘atabalhoada’, o efeito será positivo. “Teremos mais indústrias no país, as montadoras que tinham planos de se instalar mais pra frente já estão adiantando o processo e isso reflete em toda cadeia, com geração de impostos e empregos. Até 2015 já há previsão de investimentos em torno de 21 bilhões de dólares”, avalia.

 

Boscolo entende que haverá uma migração de consumo do carro importado para o nacional. No entanto, afirma que com o aumento do custo de um importado, o nacional tende a subir também. “Quem determina o preço não é a montadora, não é o governo, mas sim o mercado. Se o preço de um elevar, o outro naturalmente terá uma margem maior para trabalhar ainda com vantagem”, diz.

 

Na visão de Boscolo, o impacto da medida afetará principalmente as marcas pequenas, como as chinesas, sul-coreanas e indianas, que aos poucos ganham mercado e por isso exigiram ação por parte do governo. “O volume de todas essas marcas ainda é pequeno, aqui em Mato Grosso, juntas elas não chegam a 5% de participação”.

 

Ele explica que os carros importados representam hoje 30% das vendas, mas esse total é dividido na categoria das grandes marcas e apenas uma pequena parte contempla as montadoras menores, com carros que concorrem com os nacionais. “As grandes que comercializam carros de luxo acima de R$ 60 mil não serão afetadas pela alta do IPI”, pondera Paulo Boscolo.

 

O que se percebe é que no ranking das montadoras, as grandes perderam espaço justamente pela entrada das pequenas. “A concorrência nunca foi tão forte, o consumidor pode escolher de tudo. Há seis anos, haviam 300 modelos de carros, hoje já são mais de 900”, revela Boscolo.

 

Sobre o repasse da tribução para o consumidor, Paulo Boscolo acredita que nenhuma montadora passará o valor integralmente, pois cada uma trabalha com uma margem de lucro que permite readequação de preços. “Algumas vão repassar mais, outras menos e algumas devem continuar trabalhando com os valores antigos”, arrisca.

 

Para ele, duas situações ficarão visíveis com a nova medida: “o mercado vai perceber quem tinha uma margem grande e a velocidade da implementação da indústria vai definir quem veio pra ficar e quem estava apenas utilizando o mercado com oportunismo”






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