Fifa adia publicação de documentos que ameaçam Teixeira e Havelange
A promessa do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de reabrir o caso ISL (International Sports and Leisure) e apresentar o nome dos envolvidos no escândalo de propinas recebidas por cartolas da entidade vai ser adiada. Segundo a entidade, problemas legais atrasam a publicação prevista para a próxima semana.
A questão é que o processo da ISL foi encerrado em 2010, com sigilo na Justiça suíça. Concluiu-se que US$ 100 milhões foram pagos em subornos a dirigentes, mas seus nomes não foram revelados após eles pagarem multas.
Blatter disse que iria tornar público os nomes dos subornados no maior escândalo de corrupção da organização máxima do futebol nos próximos dias. A ameaça de mexer no caso atinge o presidente do COL (Comitê Organizador Local) da Copa-2014 e da CBF, Ricardo Teixeira, que, segundo a rede de TV britânica BBC, recebeu propinas.
Afeta também o ex-presidente da Fifa João Havelange, que pediu desligamento do Comitê Olímpico Internacional (COI) no fim de semana. Ele corria risco de expulsão. Outros membros do Comitê Executivo da Fifa podem ser afetados.
Antonio Lacerda-29.jul.2011/Efe | ||
Ricardo Teixeira e Joseph Blatter em seminário em Copacabana, em julho deste ano |
Segundo o presidente da Fifa, os documentos seriam entregues para uma auditoria após 17 de dezembro, na próxima reunião do Comitê Executivo da Fifa. Na mesma data, eles se tornariam públicos.
O advogado e jornalista Jan François Tanda entrou com uma ação para pedir a revelação dos documentos. Mas a Fifa e dois dirigentes, descritos como Y e Z, lutam para impedir a publicação. Outros processos foram abertos por jornais e TVs.
Os nomes dos envolvidos podem continuar anônimos. Até agora, os procuradores suíços concordaram, por duas vezes, em liberar os documentos. Mas os dirigentes recorreram, e o caso deve ir a cortes inferiores e superiores.
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