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Depois de criticadas por relatório do Conselho Federal de Psicologia, clínicas mostram que realidade não é tão ruim quanto mostra o documento
Clínicas contradizem relatório do CFP
O Conselho Federal de Psicologia divulgou na semana passada um relatório intitulado Inspeção Nacional de Locais para Internação de Usuários de Drogas, criticando fortemente algumas clínicas de Mato Grosso, como a Lar Cristão e a Amparu. Entre as principais denúncias foram apontados maus tratos, trabalho forçado, proibição de visitas, suspensão de alimentação, restrição do lazer e desrespeito ao credo individual de cada interno. Mas a realidade pode ser bem diferente.
Há apenas um ano o Estado começou a comprar vagas nas unidades terapêuticas. Cada paciente custa em média R$ 27 por dia. Das 68 casas, apenas 12 são cadastradas pelo Conselho Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas (Conen), que compra algumas vagas para dependentes químicos e as fiscaliza duas vezes por mês. A presidente do Conen, Ana Elisa Limeira, diz que a sociedade lutou durante muito tempo para que o Estado ajudasse nos tratamentos de desintoxicação, já que apenas o Hospital Adauto Botelho prestava apoio aos dependentes químicos.
Ela afirma que o relatório poderá ser usado para melhorar o atendimento aos recuperandos e que já criou uma Comissão de Fiscalização. O curioso é que, segundo Ana Elisa, nenhuma das irregularidades apontadas pelo conselho chegou até o conhecimento dela. “Não podemos “diabolizar” as coisas. Existem graves problemas na Saúde e todos sabem. Trabalhamos para melhorar isso, mas existem coisas boas nas clínicas e casas de amparo. Não concordo que a equipe só encontrou coisas ruins. E os que se recuperaram?”, questiona a presidente.
Vale ressaltar que boa parte dos funcionários de cada unidade é de ex-internos, que se recuperaram totalmente e decidiram prestar serviços para ajudar aqueles que vivem em situação de risco.
Amparu - Gilson Alcides é diretor da Amparu – Comunidade Terapêutica Vida Serena, clínica bastante criticada pelo Conselho de Psicologia. Ele afirma que desconhece sobre a visita da equipe que produziu o relatório e se defende dizendo que não há qualquer processo contra a casa e nem tampouco reclamações sobre a metodologia de trabalho adotada. Ele ainda relembra que ano passado a clínica recebeu, da Secretaria Nacional Antidrogas, o prêmio “Valor pela Vida”.
Sobre a suposta obrigatoriedade de presença nos cultos religiosos, o diretor afirma que a comunidade trabalha com a Palavra da Bíblia, orações e louvores - por crer na eficácia dos métodos, mas que também adotam os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos, programa de prevenção de recaídas, além de acompanhamento de psicólogos e psiquiatras.
O relatório fala sobre trabalhos forçados e castigos por descumprimento de ordens. (O Conselho Federal de Psicologia afirmou que a Amparu obrigaria os internos a acordarem 4hs para capinar um mato até as 6hs, sem intervalo para descanso). Gilson desmente e diz que, na verdade, a casa trabalha com a laborterapia. “Eles plantam na horta, cuidam de animais, cozinham, limpam e fazem manutenções. Tudo é feito por eles. E ninguém acorda de madrugada”, afirma.
Lar Cristão – Teodorico Barbosa, responsável pela administração do Lar Cristão, em Cuiabá, explica que a unidade terapêutica, em primeiro lugar, não tem qualquer fim lucrativo. Ele diz que todos os funcionários fizeram cursos de capacitação para lidar com dependentes químicos e que grande parte são voluntários ou ex-internos.
Para o diretor, os recuperandos não devem ficar o dia todo inertes, sem atividades físicas. “Além de ocupar a mente, também libera as toxinas pelo suor”. O Lar Cristão usaria também a laborterapia como forma que ajudar os internos. A casa conta com ajuda financeira de algumas famílias, do Conen e de doações em geral. A igreja Evangélica Assembleia de Deus não ajudaria financeiramente, apenas ofereceria o apoio espiritual.
O relatório aponta que o local proibiria os internos de se alimentar caso não obedeçam às regras (inclusive a de participar dos cultos), mas Teodorico repudia a conclusão dos profissionais e explica que os usuários de drogas são muito sensíveis, sendo impossível mantê-los em um lugar onde são mal tratados. “Não existe isso. Nunca deixamos ninguém sem comida. Eles chegam doentes e cansados, precisam de apoio, atenção e carinho. Algo que preencha a vida deles. Nossa proposta é a religião e o suporte emocional e físico”, afirma. Na ala feminina do Lar Cristão existem 38 pessoas, já na masculina, 60 internos.
Há apenas um ano o Estado começou a comprar vagas nas unidades terapêuticas. Cada paciente custa em média R$ 27 por dia. Das 68 casas, apenas 12 são cadastradas pelo Conselho Estadual de Políticas Públicas Sobre Drogas (Conen), que compra algumas vagas para dependentes químicos e as fiscaliza duas vezes por mês. A presidente do Conen, Ana Elisa Limeira, diz que a sociedade lutou durante muito tempo para que o Estado ajudasse nos tratamentos de desintoxicação, já que apenas o Hospital Adauto Botelho prestava apoio aos dependentes químicos.
Ela afirma que o relatório poderá ser usado para melhorar o atendimento aos recuperandos e que já criou uma Comissão de Fiscalização. O curioso é que, segundo Ana Elisa, nenhuma das irregularidades apontadas pelo conselho chegou até o conhecimento dela. “Não podemos “diabolizar” as coisas. Existem graves problemas na Saúde e todos sabem. Trabalhamos para melhorar isso, mas existem coisas boas nas clínicas e casas de amparo. Não concordo que a equipe só encontrou coisas ruins. E os que se recuperaram?”, questiona a presidente.
Vale ressaltar que boa parte dos funcionários de cada unidade é de ex-internos, que se recuperaram totalmente e decidiram prestar serviços para ajudar aqueles que vivem em situação de risco.
Amparu - Gilson Alcides é diretor da Amparu – Comunidade Terapêutica Vida Serena, clínica bastante criticada pelo Conselho de Psicologia. Ele afirma que desconhece sobre a visita da equipe que produziu o relatório e se defende dizendo que não há qualquer processo contra a casa e nem tampouco reclamações sobre a metodologia de trabalho adotada. Ele ainda relembra que ano passado a clínica recebeu, da Secretaria Nacional Antidrogas, o prêmio “Valor pela Vida”.
Sobre a suposta obrigatoriedade de presença nos cultos religiosos, o diretor afirma que a comunidade trabalha com a Palavra da Bíblia, orações e louvores - por crer na eficácia dos métodos, mas que também adotam os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos, programa de prevenção de recaídas, além de acompanhamento de psicólogos e psiquiatras.
O relatório fala sobre trabalhos forçados e castigos por descumprimento de ordens. (O Conselho Federal de Psicologia afirmou que a Amparu obrigaria os internos a acordarem 4hs para capinar um mato até as 6hs, sem intervalo para descanso). Gilson desmente e diz que, na verdade, a casa trabalha com a laborterapia. “Eles plantam na horta, cuidam de animais, cozinham, limpam e fazem manutenções. Tudo é feito por eles. E ninguém acorda de madrugada”, afirma.
Lar Cristão – Teodorico Barbosa, responsável pela administração do Lar Cristão, em Cuiabá, explica que a unidade terapêutica, em primeiro lugar, não tem qualquer fim lucrativo. Ele diz que todos os funcionários fizeram cursos de capacitação para lidar com dependentes químicos e que grande parte são voluntários ou ex-internos.
Para o diretor, os recuperandos não devem ficar o dia todo inertes, sem atividades físicas. “Além de ocupar a mente, também libera as toxinas pelo suor”. O Lar Cristão usaria também a laborterapia como forma que ajudar os internos. A casa conta com ajuda financeira de algumas famílias, do Conen e de doações em geral. A igreja Evangélica Assembleia de Deus não ajudaria financeiramente, apenas ofereceria o apoio espiritual.
O relatório aponta que o local proibiria os internos de se alimentar caso não obedeçam às regras (inclusive a de participar dos cultos), mas Teodorico repudia a conclusão dos profissionais e explica que os usuários de drogas são muito sensíveis, sendo impossível mantê-los em um lugar onde são mal tratados. “Não existe isso. Nunca deixamos ninguém sem comida. Eles chegam doentes e cansados, precisam de apoio, atenção e carinho. Algo que preencha a vida deles. Nossa proposta é a religião e o suporte emocional e físico”, afirma. Na ala feminina do Lar Cristão existem 38 pessoas, já na masculina, 60 internos.
Fonte:
Do DC
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/66445/visualizar/
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