Restaurante francês tenta conquistar NY com jantar às cegas
A rede Dans le Noir (no escuro, em francês) surgiu em Paris e abriu filiais em Londres, Moscou, Barcelona e São Petersburgo. Ela se prepara para inaugurar neste mês um restaurante na Times Square, reduto turístico feericamente luminoso de Nova York.
O que no começo parecia apenas um modismo estranho, com atendimento feito por garçons cegos, continua sendo uma opção surpreendentemente popular. No Dans le Noir, clientes que não estão acostumados a conviver com deficientes visuais descobrem a sensação de ser cego e a adaptação que isso exige.
"Quando comecei esse negócio, todo mundo achou que eu era louco, dos meus banqueiros à minha mãe," disse Edouard de Broglie, 49, executivo-chefe da Ethik Investment, dona da rede.
"Eu queria mostrar que uma empresa onde 50% dos funcionários têm deficientes graves pode perfeitamente ser lucrativa, prosperar a cada ano e se tornar internacional, como qualquer outra."
O Dans le Noir não criou o conceito, mas foi o que mais o espalhou. Mais de um milhão de pessoas já comeram às cegas nos seus restaurantes e em locais temporários montados em Varsóvia, Genebra e Bangcoc.
O pioneiro foi o Blindekuh ("vaca cega," em alemão), criado em 1999 em Zurique. Cidades como Berlim, Xangai, Montreal e San Francisco também já ganharam lugares onde os comensais são vendados.
No Dans le Noir, o salão fica totalmente vedado por grossas cortinas, na escuridão absoluta. O menu surpresa compõe-se de dois ou três pratos.
"É brutal. Você não tem ideia do que está no seu prato, os seus sentidos ficam completamente confusos. Você fala mais alto, é muito surpreendente," disse Jerome Linyer, 40, que celebrava um aniversário com amigos no Dans le Noir de Paris.
Broglie abriu o seu restaurante em 2004, e a filial londrina em 2006. A imprensa britânica acusou-o de estar explorando um modismo e de servir comida ruim. "Mas, como dizem os britânicos, publicidade ruim é publicidade," disse o empresário. "Hoje, é o nosso restaurante mais lucrativo, e consistentemente lotado", afirmou.
Ele disse que o príncipe William e sua mulher, Kate Middleton, já foram várias vezes até o Dans le Noir. Para o empresário, essas celebridades encontram uma vantagem adicional nos seus restaurantes: "Eles podem escapar dos paparazzi".
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