Avanço da prostituição preocupa prefeituras

O aumento da prostituição em uma região considerada o novo Eldorado que atrai gente em busca de sustento é uma realidade. "Pode se tornar um problema muito sério em Ipojuca", diz a secretária municipal de Planejamento, Simone Osias, ao frisar que o governo estadual, as prefeituras municipais e empresas estão envolvidas na busca de uma saída. "Todo o território tem sido alvo de mais policiamento e ações educativas, mas não se pode dizer que temos total controle."

No Cabo de Santo Agostinho, o problema "já é muito sério", garante a secretária municipal de Planejamento, Vera Tenório. Por isso, a prefeitura começa, na próxima semana, um trabalho de identificação socioeconômico das famílias e uso de drogas no município a fim de dimensionar o problema e dar um respaldo mais técnico que venha a consolidar políticas públicas a serem adotadas.

A prostituição se mostra mais acentuada na Praia de Gaibu e no centro do Cabo. As praças são pontos de encontro. "São muitas vilas (alojamentos) com média de mil homens cada uma que estão longe das famílias e não dispõem de lazer", diz Lytiene Rodrigues da Cunha, secretária de combate às drogas do Cabo de Santo Agostinho.

"Nos momentos de folga eles vão atrás de bebida e de mulher." Para ela, esse é um desafio comum aos municípios impactados com desenvolvimento repentino sem planejamento social. "Todos terminam passando por esta situação, não é um privilégio nosso."

A empresa Suape, responsável pela administração do porto e da infraestrutura do território de 13,5 mil hectares, admite que ações isoladas ou dos municípios não são suficientes. "O processo é grande e acelerado", observa o vice-presidente da empresa, Frederico Amâncio, ao destacar a criação do Fórum Suape Sustentável que reúne entidades governamentais, privadas, acadêmicas e bancos públicos como o BNDES e BNB no enfrentamento de questões sociais e ambientais. Um estudo está sendo elaborado para diagnosticar e eleger projetos com caráter duradouro. "Nossa prioridade é o combate à exploração de jovens e adolescentes."/ A.L