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Nacional
Sábado - 03 de Dezembro de 2011 às 18:45

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"Eles deveriam dar exemplo, mas os próprios juízes são a favor da algazarra." O desabafo da empresária Luzanira Rodrigues da Silva resume as reclamações ouvidas pela Folha em frente ao Fórum do Trabalho da Barra Funda (zona oeste de SP) na tarde de quinta-feira.

Naquele dia, ela teve uma audiência adiada para fevereiro, em ação movida por um ex-funcionário. Para o advogado Nivaldo Felcar, o atraso está sendo causado pela greve no Judiciário.

Luiza Sigulem/Folhapress
O advogado Nivaldo Felcar e a empresária Luzanira Rodrigues da Silva, que reclamam dos prejuízos causados pela greve
Advogado Nivaldo Felcar e Empresária Luzanira Rodrigues da Silva reclamam dos prejuízos causados pela greve

Em 19 Estados, os servidores da Justiça Federal e do Trabalho estão parados porque reivindicam aumento de salário e a aprovação de um plano de carreira.

Na quarta-feira, os juízes federais e trabalhistas também fizeram uma paralisação. Só nesse dia foram remarcadas 20 mil audiências em todo o país.

No Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo), a greve dos servidores começou no dia 5 de outubro. No período, foram baixadas ordens para suspender os prazos dos processos.

"Na greve, sempre tem uma "terceira parte" prejudicada, nunca é quem está brigando", diz Luzanira, reclamando do custo gerado pelos adiamentos.

Já o advogado Alexandre José Zanardi afirma que uma empresa que defende teve o valor de uma rescisão trabalhista já paga penhorado. "O funcionário do fórum falou que só pode decidir depois da greve. Isso vai ficar quanto tempo parado?", questiona.

No mesmo dia, o advogado Rafael Pereira de Januário foi informado que terá de voltar em janeiro para um caso que já esperava resolver. "A gente vem trabalhar e não sabe se vai ter audiência."

"Serviço de emergência até sai, mas o de rotina só dando sorte", completa o advogado Daniel Gonçalves Baptista.

Trabalhadores também manifestam seu descontentamento. "Vim aqui para o advogado da outra parte rir da nossa cara", disse a operadora de caixa Elizabete Nogueira.

Segundo seu advogado, Edson Ramos, a empresa não fechou acordo agora por saber que a próxima audiência irá demorar. "O devedor tem carta-branca para continuar dando chapéu no trabalhador." Ele diz que o processo dela tramita há dois anos.

Participando de um piquete no fórum, a diretora do sindicato dos servidores Leica Silva afirmou que a categoria está há cinco anos sem aumento salarial.

Ela critica o governo por não ter enviado a previsão de reajuste no Orçamento e por não negociar com a categoria. "Já faz 60 dias de greve e não temos uma proposta."






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