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Sábado - 03 de Dezembro de 2011 às 06:07
Por: ALECY ALVES

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Ministério Público vai recorrer: “se vocês entenderem esse resultado, por favor, me avisem”, disse o procurador Douglas
Ministério Público vai recorrer: “se vocês entenderem esse resultado, por favor, me avisem”, disse o procurador Douglas
O Ministério Público Federal vai pedir a anulação do julgamento de Josino Guimarães, que mesmo sendo considerado mandante do crime, foi absolvido de qualquer condenação pela morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral.

Em nota divulgada ontem, os procuradores Vanessa Cristhina Scarmagnani e Douglas Araújo informaram que o recurso será protocolado na segunda-feira, até o final do dia. Isso significa que se a Justiça Federal acatar o pedido de anulação, Josino será levado a novo júri popular.

Logo após a leitura da sentença, Douglas Araújo disse que o resultado apresentava uma evidente contradição. Isso, explicou, pelo fato de os jurados terem votado que sim, Josino é o mandante do crime, e sim no quesito seguinte, quando indagados se o absolviam.

Quando a imprensa quis saber as razões da sentença, Araújo respondeu: “se vocês entenderem esse resultado, por favor, me avisem”. Na segunda-feira, os procuradores ingressam com o recurso e têm prazo de oito dias corridos para apresentar os argumentos.

Os advogados de Josino, João Cunha Neto e Waldir Caldas, também ingressaram com recurso, mas por outro motivo. Eles pediram a soltura imediata dele, por considerar que não há razão para permanecer preso, já que foi absolvido pelo júri.

Condenado a sete anos de reclusão sob a acusação de montar farsa na tentativa de “provar” que o juiz Leopoldino permanece vivo e morando na Bolívia, Josino está preso no Presídio Central desde maio deste ano. Sobre a sentença do homicídio do juiz, os próprios advogados de defesa disseram que não esperavam um resultado tão divergente.

Waldir Caldas classificou a sentença como uma “surpresa agradável” e disse que não alimentava a certeza da absolvição. Indagado sobre como Josino poderia ser considerado mandante e mesmo assim absolvido, Caldas completou: “jamais vamos entender as razões dos jurados, pode ser que tiveram compaixão; e talvez concluíram que se ele fez, fez, mas já pagou. E, comovendo-se com a situação, tiveram clemência”.

A sentença de Josino, proferida na noite de quinta-feira, surpreendeu não apenas os advogados. Quando o juiz Rafael Vasconcelos leu a sentença, a platéia, formada em sua maioria por advogados, parecia não entender o que acabara de ouvir.

Olhando uns aos outros, muitos expressavam um leve sorriso que parecia dizer: “Como assim, se ele foi considerado mandante, por que é absolvido?” Enquanto isso, os familiares do réu se abraçavam, festejando a decisão.

Já Josino chorou, mas dessa vez de felicidade, não de tristeza como fez horas antes, durante seu depoimento. “Acreditei, pedi a Deus e tive fé de que seria absolvido”, disse ele.

O filho de Leopoldino, Leopoldo Gattaz Amaral, através da imprensa fez um apelo ao MPF pedindo que não recorra da sentença porque a família “não suporta mais sofrimento e humilhações”. O procurador Douglas Araújo disse que o recurso independe da vontade da família, é uma atribuição legal.




Fonte: Do DC

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