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Internacional
Sexta - 02 de Dezembro de 2011 às 15:31

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A afegã Gulnaz, com rosto coberto, durante entrevista à rede americana CNN.
A afegã Gulnaz, com rosto coberto, durante entrevista à rede americana CNN.
Dois anos após ter sido estuprada por um primo do pai, a afegã Gulnaz ainda lembra do cheiro e do estado das roupas do homem que atacou durante uma visita de sua mãe ao hospital.

“Ele trabalha em construção e tinha a roupa suja. Quando minha mãe saiu, ele entrou em casa e fechou portas e janelas. Eu comecei a gritar, mas ele tapou minha boca com as mãos”, contou a afegã, na época com 19 anos, em entrevista à emissora CNN.

Após o ataque, ela escondeu o quanto pode da família, mas logo começou a sentir náuseas e apresentar sinais de que estava grávida. No Afeganistão, o fato não inspira clemência, mas um processo. Acusada de adultério por ter tido relações sexuais fora do casamento, ela foi condenada a 12 anos de prisão.

Na prisão de Badam Bagh, em Cabul, com a filha, ela diz que a única chance que tem de escapar da pena é se casar com o homem que a estuprou. Na visão das autoridades afegãs, isso recuperaria sua honra e daria uma família ao filho.

“Eles me perguntaram se eu queria começar uma nova vida fora da cadeia, casando com esse homem. Minha resposta foi que esse homem me desonrou e eu quero ficar com ele”, disse à CNN.

Mulher na situação de Gulnaz são geralmente mortas pela “vergonha” que trazem para suas comunidades. Alguns dizem que ela corre risco de sofrer “represália” da família do estuprador.

“Minha filha é uma criança inocente. Quem diria que eu teria uma criança dessa maneira. Muitas pessoas me disseram para doá-la depois que nascesse, mas minha tia me disse para ficar com ela como prova de minha inocência”, contou à emissora.

A CNN localizou o estuprador de Gulnaz em outra prisão fora da cidade. Embora negue ter estuprado a filha do primo, o homem afirma que ela provavelmente seria morta se estivesse fora da prisão. Mas disse que seria a família dela, e não a dele, que a mataria para “evitar a vergonha”.





Fonte: Do G1

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