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Sexta - 02 de Dezembro de 2011 às 07:41
Por: ALECY ALVES

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PEDRO ALVES/
Familiares do juiz Leopoldino assistem o julgamento de Josino: para eles, absolvido o réu ou não, o importante é retomar
Familiares do juiz Leopoldino assistem o julgamento de Josino: para eles, absolvido o réu ou não, o importante é retomar
Após três dias de júri, o empresário Josino Guimarães foi absolvido ontem da acusação de ter sido o mandante do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, crime ocorrido há 12 anos no Paraguai.

A decisão surpreendeu os membros do Ministério Público que atuaram na acusação. “Foi uma sentença inédita”, afirmou o procurador Douglas Araújo. Segundo ele, as respostas dos jurados a dois dos três quesitos apresentados pelo juiz foram contraditórias. Ao questionamento “o réu é o mandante do crime?”, eles responderam “sim”. Porém, quando perguntados se absolviam o réu, os jurados também disseram “sim”. Para Douglas Araújo, é possível que os jurados tenham se enganado na hora dos votos. Ele vai analisar a possibilidade de recorrer.

O advogado de defesa, João Cunha, no entanto, nega ter havido qualquer contradição. “A lei reconhece a materialidade, pode até reconhecer a autoria, mas no terceiro quesito, da causa de absolvição, os jurados podem absolver o réu”, afirmou o defensor. “Não há contradição nenhuma nisso”. O advogado estava eufórico ao fim da sessão. “Foi o julgamento mais emblemático da história de Mato Grosso. Em qual julgamento houve um juiz como vítima, um réu dos mais conhecidos da sociedade cuiabana, e desembargadores tendo a honra maliciosamente enxovalhada em público?”.

Apesar da absolvição, Josino vai permanecer preso, pois cumpre pena de sete anos pela farsa montada junto com o delegado Márcio Pieroni para provar que Leopoldino estaria vivo. “Tive medo de ser condenado. Havia uma trama contra mim”, disse Josino, ao fim da sessão. “Mas sempre tive fé na absolvição”.

Ao final do julgamento, muito decepcionado, Leopoldo Gattass, filho do magistrado morto, disse que iria pedir ao Ministério Público Federal que não recorresse da sentença. “Quero encerrar o caso e acabar com essa humilhação”, afirmou.

Durante o julgamento, os procuradores do Ministério Público Federal Vanessa Cristhina Scarmagnani e Douglas Araújo tentaram convencer os jurados de que na investigação de crime de mando, como no caso de Josino, dificilmente se consegue provas concretas da ação.

Nesse tipo de caso, disse Douglas Araújo, condena-se por indícios. Araújo destacou que, ao longo do processo que apurou a morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, inúmeras vezes foram reveladas situações apontando Josino como a pessoa que fazia oferta de dinheiro para que Beatriz Árias (condenada a 12 anos de reclusão como co-autora do crime) não envolvesse o nome dele.

Douglas Araújo classificou a morte de Leopoldino como uma “baixa de guerra”. Para ele, o assassinato seria resultado de uma briga entre duas facções criminosas, similar à dos morros cariocas. “Uma fazia a venda de sentenças, e a outra o saque de dinheiro da Vara de Família, que tinha Leopoldino como acusado”, disse o procurador.

Já a defesa final, que apesar de ser composta por três advogados, entre os quais Waldir Caldas, conhecido por atuação em júris polêmicos, ficou a cargo de João Cunha Neto. Cunha relembrou que o delegado federal José Luna, que veio a Mato Grosso especialmente para apurar o caso na primeira fase, não encontrou nada que apontasse Josino como mandante.




Fonte: Do DC

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