Nenhum país está imune a esta nova etapa da crise financeira internacional, mas o Brasil está mais bem protegido do que outras nações, segundo avaliou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde nesta quinta-feira (1º). Ela se reuniu hoje com a presidente Dilma Rousseff e com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ainda nesta tarde, também tem encontro agendado com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
"Não acho que nenhum país esteja imune [aos efeitos da crise financeira]. Os caminhos do contágio [das turbulências externas] podem ser via comércio ou finanças. Mas alguns países estarão mais protegidos. É a situação do Brasil (...) O Brasil está mais bem protegido do que outros países dos efeitos de contaminação, ou de terceiras consequências da crise do euro", declarou ela, ao lado do ministro Guido Mantega.
Dilma cumprimenta Lagarde, em seu gabinete, no Palácio do Planalto (Foto: Ueslei Marcelino / Reuters)
Na avaliação de Lagarde, o Brasil está em uma situação econômica "muito favorável" devido à poíticas macroeconômicas "sólidas". "Como resultado destas políticas tão bem estabelecidas, e porque o Brasil já passou por um histórico de crises, de reconstrução e readequação, e tem um sistema financeiro capitalizado e sólido, está mais bem protegido", afirmou ela.
Segundo a diretora-gerente do FMI, o Brasil está estabelecendo padrões de desenvolvimento econômico para os países da América Latina e para outras regiões do mundo. Lagarde informou ter partilhado com o ministro Guido Mantega preocupações com a zona do euro.
"A expectativa é de que os parceiros europeus vão conseguir montar um conjunto forte e resiliente para tratar da crise. A situação não é apenas prejudicial para aquela parte da economia global, mas também tem repercussões em outros lugares. Fiquei encorajada em ouvir do apoio do Brasil para reforçar e fortalecer o fundo com aportes de recursos", disse ela a jornalistas.
Lagarde lembrou ainda do compromisso dos líderes do G20 de colocarem mais recursos no FMI, caso seja necessário, para que a instituição possa exercer sua função de impedir o alastramento da crise. "Sem teto, ou limites. Depende das circunstâncias. Tenho certeza que os [países] membros do FMI, que têm confiança em sua dependência e especialização, vão fazer o necessário. Quanto vai ser necessário, vai depender das circunstâncias", concluiu ela
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