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Quinta - 01 de Dezembro de 2011 às 16:32
Por: LISLAINE DOS ANJOS

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O ex-delegado Pieroni está preso sob a acusação de montar farsa em inquérito para beneficiar Josino
O ex-delegado Pieroni está preso sob a acusação de montar farsa em inquérito para beneficiar Josino

Na segunda parte do seu depoimento ao Tribunal do Júri, na tarde desta quinta-feira (1º), o empresário Josino Guimarães negou ser amigo do ex-delegado Márcio Pieroni e afirmou que a relação de cordialidade deles existe apenas por causa da amizade entre suas esposas.

Apesar de a defesa interromper a oitiva e instruir o réu a não mais responder questões relativas à Pieroni, por se referir a outro processo, Josino continuou a responder às perguntas da acusação, afirmando ter recebido uma condenação injusta no processo.

“Não tenho nada com Pieroni, nunca pedi nada ele”, disse.

O empresário negou ainda ter conhecido ou manter amizade com bandidos, como Arizoli Trindade Sobrinho e Willian Sossa.

Sobre Beatriz Árias, condenada em 2001 como coautora do assassinato do juiz estadual, Josino insinuou que a ex-escrivã apenas o citou como mandante do crime "por influência de alguém".

Segundo o empresário, no dia do Júri da ex-escrivã, quando perguntada sobre quem teria dito a ela para incriminar Josino, ela não respondeu, mas teria olhado para o então procurador da República, Pedro Taques, hoje senador pelo PDT.

O empresário afirmou nunca ter conhecido Beatriz Árias antes da morte do juiz Leopoldino e de se ver envolvido com o processo, chamando-a de "dissimulada" e dando a entender que seu depoimento não teria valor.

“Que qualidade tem uma mulher dessas, que mata um juiz, põe fogo nele, puxa ele pelo pé, joga em uma vala, pega a caminhonete, leva para lavar e ainda vai para Cuiabá para o velório do homem?”, questionou Josino, acusando formalmente Árias da morte do juiz.

Pistoleiro

Josino afirmou ter-se encontrado com o Sargento Jesus de maneira casual e em apenas três vezes. O empresário negou que tenha procurado o ex-militar para "silenciar" Leopoldino, como Jesus disse em depoimento.

De acordo com o empresário, quem lhe apresentou o ex-militar, como um cobrador, foi seu amigo Valdir Piran, empresário da área de factoring em Cuiabá.

Segundo ele, depois da apresentação, o Sargento Jesus teria visto Josino em Chapada dos Guimarães, tomando um sorvete com sua filha e se aproximou para conversar.

De acordo com Josino, Jesus se aproximou de seu carro e perguntou se o empresário não estaria preocupado com as notícias que teriam saído no jornal, onde o juiz estadual, em entrevista, afirmava que ele seria um dos corretores de sentença do Tribunal de Justiça, citando, até mesmo, o nome da empresa do empresário.

Josino não teria aprovado a atitude de Jesus e teria afirmado que não se importava com o que havia sido noticiado, deixando o local em seguida.

Durante uma campanha eleitoral, quando apoiava Júlio Campos, o empresário teria então visitado a casa de Jesus para distribuir adesivos e entregar um presente à esposa do pistoleiro, a pedido do político, a fim de pedir votos aos presentes.

Segundo Josino, o sargento Jesus nunca foi seu amigo e ele não manteria relações de amizade ou puramente comercial com "gente desse tipo”.

Inocência

O empresário voltou a dizer ao procurador  do MPF que conduzia o interrogatório, Douglas Araújo, que era inocente, alegando ter-se apresentado à Justiça sempre que convocado e que teria procurado, por diversas vezes, o Ministério Público Federal, na pessoa do atual senador Pedro Taques, e a Justiça Federal, onde ia conversar com o juiz Jeferson Schneider.

“O senhor não sabe o que é uma cadeia procurador. O senhor não sabe o que é esse lugar em que me colocou. Sou inocente e fui atrás do ex-procurador Pedro Taques, diversas vezes, para que ele me ouvisse. Eu sempre me apresentei quando a Justiça requisitou. Quem deve alguma coisa não vai atrás da Justiça. Eu desenvolvi síndrome de pânico. Tomo remédio pra dormir para ver se não vejo os dias naquele lugar”, lamentou Josino.

Reuniões

Josino afirmou, durante seu depoimento, que não é de emprestar sua residência para desembargadores ou qualquer outra pessoa, a fim de que sejam feitas reuniões ou até mesmo festas.

O empresário acusou o juiz aposentado José Geraldo Palmeira de ter mentido em seu depoimento "por maldade".

“Sou uma pessoa muito sistemática nesse ponto. Sempre fui muito rigoroso  e organizado com as minhas coisas”, disse.

Segundo ele, uma única vez a sua casa foi palco de uma festa. O evento teria sido promovido por um colunista social e contou com a presença de várias modelos, inclusive, Luiza Brunet.

Indignação

Familiares de Leopoldino se mostraram indignados com o rumo que o julgamento está tomando, afirmando que estão tentado passar a imagem de Josino como um “coitado”.

Filho do juiz assassinado, Leopoldo Gatass acredita que Josino será condenado, mas, devido à sua visível debilidade, deverá ter a pena reduzida. Ele até mesmo insinuou que não assistiria ao restante do julgamento.






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