Ralf disse ao G1 que esse não é o primeiro concurso que vai prestar como deficiente físico. Segundo o ex-vereador, a carteira de habilitação dele consta a deficiência, além de possuir um atestado emitido pelo Hospital Sarah Kubistchek. "Faço fisioterapia e a minha deficiência não é aparente. Ando com talas nas pernas há mais de 10 anos. Devido à trombose sofri um atrofiamento de nervos na perna e, com a fisioterapia, tento recuperar os movimentos", explicou.
O ex-vereador afirmou que se for aprovado no concurso irá analisar se vai assumir o cargo por conta das outras provas que pretende fazer. Ainda no aguardo de uma decisão da Justiça sobre a cassação do mandato, Ralf pontuou que não se sentirá constrangido em trabalhar como funcionário da Casa de Leis.
A prova foi aplicada no último domingo (27) pela Coordenação de Concursos e Exames Vestibulares da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). No entanto, conforme a assessoria da Câmara, os candidatos que se inscreveram para disputar as vagas destinadas aos PNEs só deverão apresentar o atestado comprovando a deficiência no ato de nomeação. Isso se tiver sido aprovado no concurso.
O salário para a função de técnico legislativo é de R$ 1,6 mil, tendo como exigência a conclusão do ensino médio. São reservadas cinco vagas exclusivas às pessoas com deficiência. A previsão é que o resultado da prova seja divulgado na próxima semana. Já as convocações devem acontecer a partir de fevereiro de 2012, depois do retorno do recesso parlamentar.
Ao todo, foram ofertadas 98 vagas para os nove seguintes cargos: analista legislativo, contador, enfermeiro, fisioterapeuta, médico, dentista e procurador legislativo, assim como taquígrafo e técnico legislativo em que é exigido apenas nível médio.
Ralf foi afastado do cargo após ser flagrado por policiais militares junto com um travesti menor de idade próximo a um posto de combustível em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Depois da Câmara negar por duas vezes o pedido para retornar ao Legislativo, Ralf Leite agora aguarda o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidir sobre o seu recurso.
Ele foi afastado seis meses depois de ser investigado pela Comissão de Ética do Legislativo. Foi absolvido parcialmente pelo juiz criminal Luiz Tadeu Rodrigues, de Várzea Grande, dos crimes de exploração sexual, corrupção ativa e fraude de documentação.
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