O mesmo petróleo que vazava no começo do mês no Campo do Frade, operado pela Chevron na Bacia de Campos, pode estar agora contaminando a rede fluvial de Duque de Caxias. Segundo o delegado Fábio Scliar, responsável da Polícia Federal pela investigação do vazamento, a petroleira americana terceirizou o tratamento e o armazenamento do óleo recolhido no mar e houve um problema nesse procedimento. O episódio desencadeou, na segunda-feira, a primeira prisão no caso. Apesar de confirmar a detenção, o delegado se negou a revelar o nome do preso. As informações são do jornal O Globo.
O problema ocorreu na Contecom, segundo Scliar, em Duque de Caxias - onde trabalhava o funcionário detido, a responsável técnica da empresa, de acordo com o deputado Dr. Aluízio (PV-RJ). Depois do vazamento, a Chevron recolheu parte do petróleo no mar e contratou a Brasco Logística Offshore para gerenciar esses resíduos a partir de sua base de operação na Ilha da Conceição, em Niterói. A Brasco, por sua vez, subcontratou - com a anuência da Chevron - a Contecom para transferir e acondicionar o óleo recolhido. Segundo a Brasco, "a Contecom é uma empresa autorizada pelo Inea como receptora de resíduo oleoso e aprovada pela Chevron". O Inea é a autoridade de meio ambiente no Estado. Na noite de domingo, Scliar procurou o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, para pedir que técnicos do Inea acompanhassem uma diligência planejada pela PF na sede da Contecom. Ontem, durante a operação, os técnicos do Inea não encontraram nenhuma irregularidade. Segundo nota oficial da secretaria do Estado (SEA), as licenças da empresa para manusear resíduos industriais, a informação sobre a quantidade de resíduo transportada e a operação de separação do óleo não apresentavam falhas. A SEA esclareceu que também não houve vazamentos na operação de transporte ou armazenamento do óleo recolhido do mar. Mas o delegado Scliar contou que os agentes presentes na operação relataram problemas no manuseio do óleo e indícios de que havia uma infiltração do óleo na rede fluvial de Duque de Caxias, por conta de problemas na piscina de tratamento químico da Contecom. Agentes da PF passaram parte da tarde da segunda-feira na empresa e saíram de lá com um funcionário detido.
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