Entre os 20 países com a pior posição, 14 são africanos, embora 75% dos escravos vivam na Ásia; só a Índia possui 14 milhões de escravos
ONG: 30 milhões de pessoas vivem como escravos no mundo
Pelo menos 29,8 milhões de pessoas vivem como escravos em todo o mundo, revela o novo Índice Mundial de Escravidão, publicado em Londres pela ONG australiana Walk Free Foundation. A definição de escravidão usada como base para o relatória inclui não apenas a tradicional, mas também práticas similares, como casamentos forçados, venda, ou exploração infantil.
A Índia é, de longe, o país com o número mais alto de escravos - quase 14 milhões -, mas o lugar onde o problema é proporcionalmente mais grave é a Mauritânia. Nesse país do norte da África, 4% de sua população vive em regime de escravidão - segundo a Walk Free Foundation (WFF). O primeiro país latino-americano no ranking é o Haiti, que aparece em segundo lugar, atrás da Mauritânia. Também aparecem na lista Peru (65º), Suriname (68º), Equador (69º) e Uruguai (72º).
"Os países da bacia do Caribe mostram um risco menor de escravidão (...) o Haiti, de qualquer maneira, é um caso especial na região" por culpa "de uma história de mau governo, um forte legado de escravidão e de exploração", explica o relatório que acompanha o índice.
Os dez países com maior número de escravos são, por ordem: Mauritânia, Haiti, Paquistão, Índia, Nepal, Moldávia, Benin, Costa do Marfim, Gâmbia e Gabão. Em termos absolutos, os países com mais escravos são Índia (13.956.010), seguida de China (2.949.243), Paquistão (2.127.132), Nigéria (701.032), Etiópia (651.110) e Rússia (516.217). Entre os 20 países com a pior posição, 14 são africanos, embora 75% dos escravos vivam na Ásia.
A WFF espera que o índice anual ajude os governos a vigiar e controlar o problema. "Surpreende muita gente ouvir que a escravidão ainda existe", disse à AFP o diretor da organização, Nick Grono, acrescentando que "a escravidão moderna reflete todas as características da antiga". "As pessoas são controladas pela violência. São enganadas, ou forçadas a trabalhar, ou são colocadas em uma situação em que estão sendo economicamente exploradas" e "não são livres para ir embora", explicou.
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