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Enquanto algumas famílias jogam comida fora, outras sofrem com a falta de alimentos na periferia da capital mato-grossense
ONU discute desperdício e escassez
Geraldo Tavares/DC
Jonete Rodrigues Ramos, de 66 anos, construiu um fogão à lenha improvisado no fundo de casa
Enquanto o excesso de peso e o desperdício é realidade em muitas famílias da Cuiabá, outras padecem com a falta de alimentos. O contraste foi lembrado pela Organização Nacional das Nações Unidas (ONU) ontem, quando foi comemorado o Dia Mundial da Alimentação.
De acordo com dados da Prefeitura Municipal de Cuiabá, 11 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. Elas têm menos de R$ 70 para pagar as despesas da casa e ainda comprar o que colocar na panela.
Em contrapartida, algumas casas pecam por não saber como lidar com a fartura. Alimentos vão para o lixo e o que são consumidos, não têm a qualidade necessária. O resultado é o aumento da obesidade e das doenças crônicas causadas pelo excesso de gordura, sal e açúcares. Conforme levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, aproximadamente 20% da população é obesa e outros 51,8% está acima do peso na Capital.
Vivendo apenas com o valor do seguro desemprego, a família de Eliney Gonçalves, de 39 anos, que conta com o esposo e mais duas filhas, sobrevive menos de R$ 200 mensais para a alimentação, no bairro Parque Mariana. Segundo ela, o baixo orçamento reduz as opções para pratos e a família opta por realizar apenas duas refeições diárias. “Normalmente comemos arroz, feijão, farinha, alguma carne e só”.
Segundo ela, frutas, verduras e outros alimentos são artigos raros na despensa, porém nada é jogado fora. “Aqui nós não nos damos o luxo de desperdiçar nada, o que não se come hoje é reaproveitado amanhã”.
Fato completamente diferente do que ela vivenciou trabalhando como empregada em algumas residências de Cuiabá. “Eu via que eles jogavam as sobras do almoço fora porque ninguém gostava de comida requentada. Eu pedia para levar para casa. Apenas com as sobras deles, nós conseguíamos comer por dois dias”.
Jonete Rodrigues Ramos, de 66 anos, segue o mesmo exemplo de Eliney. Ele mora com a esposa e duas filhas e mostrou que a família cozinha em um fogão improvisado no quintal. “Quantidade e variedade nunca tem muito. Comemos o que sustenta e aproveitamos até os palitos”.
Roseli Marques Portes, de 30, anos, sobrevive com as três filhas com apenas R$ 96 do Bolsa Família e alguns bicos que realiza. Segurando uma bacia com jurubebas, ela disse que este seria parte do jantar do quarteto. “Às vezes, elas me pedem o que comer e não tenho o que fazer”.
Segundo a nutricionista, Bruna Trevisan Torquato, a desnutrição pode trazer uma série de problemas como anemia, queda de cabelo e até mesmo cegueira, por conta da deficiência de vitamina A. Além de problemas emocionais e psicológicos.
Ela disse que para tentar amenizar a condição, a medida é aumentar o valor calórico das refeições, com carboidratos e proteínas. “Investir em óleo, farinha, carne e feijão mesmo. Assim, as pessoas podem ter energia. Em seguida, seria necessário buscar um equilíbrio na quantidade de nutrientes”.
De acordo com dados da Prefeitura Municipal de Cuiabá, 11 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. Elas têm menos de R$ 70 para pagar as despesas da casa e ainda comprar o que colocar na panela.
Em contrapartida, algumas casas pecam por não saber como lidar com a fartura. Alimentos vão para o lixo e o que são consumidos, não têm a qualidade necessária. O resultado é o aumento da obesidade e das doenças crônicas causadas pelo excesso de gordura, sal e açúcares. Conforme levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, aproximadamente 20% da população é obesa e outros 51,8% está acima do peso na Capital.
Vivendo apenas com o valor do seguro desemprego, a família de Eliney Gonçalves, de 39 anos, que conta com o esposo e mais duas filhas, sobrevive menos de R$ 200 mensais para a alimentação, no bairro Parque Mariana. Segundo ela, o baixo orçamento reduz as opções para pratos e a família opta por realizar apenas duas refeições diárias. “Normalmente comemos arroz, feijão, farinha, alguma carne e só”.
Segundo ela, frutas, verduras e outros alimentos são artigos raros na despensa, porém nada é jogado fora. “Aqui nós não nos damos o luxo de desperdiçar nada, o que não se come hoje é reaproveitado amanhã”.
Fato completamente diferente do que ela vivenciou trabalhando como empregada em algumas residências de Cuiabá. “Eu via que eles jogavam as sobras do almoço fora porque ninguém gostava de comida requentada. Eu pedia para levar para casa. Apenas com as sobras deles, nós conseguíamos comer por dois dias”.
Jonete Rodrigues Ramos, de 66 anos, segue o mesmo exemplo de Eliney. Ele mora com a esposa e duas filhas e mostrou que a família cozinha em um fogão improvisado no quintal. “Quantidade e variedade nunca tem muito. Comemos o que sustenta e aproveitamos até os palitos”.
Roseli Marques Portes, de 30, anos, sobrevive com as três filhas com apenas R$ 96 do Bolsa Família e alguns bicos que realiza. Segurando uma bacia com jurubebas, ela disse que este seria parte do jantar do quarteto. “Às vezes, elas me pedem o que comer e não tenho o que fazer”.
Segundo a nutricionista, Bruna Trevisan Torquato, a desnutrição pode trazer uma série de problemas como anemia, queda de cabelo e até mesmo cegueira, por conta da deficiência de vitamina A. Além de problemas emocionais e psicológicos.
Ela disse que para tentar amenizar a condição, a medida é aumentar o valor calórico das refeições, com carboidratos e proteínas. “Investir em óleo, farinha, carne e feijão mesmo. Assim, as pessoas podem ter energia. Em seguida, seria necessário buscar um equilíbrio na quantidade de nutrientes”.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/6738/visualizar/
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