77 juízes de Mato Grosso cruzam os braços na quarta-feira, em adesão à campanha nacional
Juízes do Trabalho param em MT por melhoria salarial
Os 77 juízes do trabalho do Tribunal Regional do Trabalho - 23ª Região, de Mato Grosso, vão cruzar os braços, na quarta-feira (30), em protesto contra a política salarial do Governo Federal.
De acordo com o presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 23ª Região (Anamatra 23), Ivan Tessaro, o objetivo é reparar perdas salariais que acontecem desde 2006.
A mobilização é nacional e atingirá 3,6 mil juízes trabalhistas, suspendendo cerca de 20 mil audiências em todo o país. Segundo Tessaro, em Mato Grosso são pelo menos 350 audiências suspensas.
"Cada juiz vai remarcar suas audiências de acordo com o que achar justo. Vamos tentar encurtar esse prazo o máximo possível, para evitar prejuízos à população", disse Ivan Tessaro, em entrevista ao MidiaNews.
Os juízes, mesmo sem realizar as atividades, estarão disponíveis no TR-MT e a postos para realizar esclarecimentos e atender a casos considerados de urgência. "São casos como medidas cautelares, por exemplo. Ou para impedir algum prejuízo ao patrimônio público que seja iminente", exemplificou o presidente da associação.
Os magistrados reivindicam mais segurança para trabalhar, a recomposição das perdas inflacionárias de seus vencimentos e uma política previdenciária adequada. As perdas chegam a 22%, porém o Governo só acenou 5% de recomposição.
Os magistrados também chamam atenção para o sistema de Saúde da classe, que não previne os agravos à saúde física e mental, nem prevê proteção previdenciária adequada.
Recente pesquisa realizada pela Associação Nacional de Magistrados do Trabalho (Anamatra) revela que esses profissionais têm apresentado percentual maior de adoecimento, em comparação com o conjunto da sociedade, sendo extremamente elevadas as ocorrências de doenças físicas e psíquicas que os acometem.
A paralisação foi decidida durante assembleia da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), e é uma iniciativa em conjunto com Anamatra. Conta ainda com o apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação Mato-grossense dos Magistrados (Amam), que reúnem juízes estaduais.
"Quem pode resolver isso é a Presidência da República, o Supremo Tribunal do Federal e o próprio Congresso Nacional. Espero que eles possam apontar uma solução para as nossas demandas", afirmou Ivan Tessaro.
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