Uma professora de biomedicina do Distrito Federal encontrou uma forma diferente para ajudar os alunos a assimilar as características de vários tipos de bactéria. Em vez de fazer amostras da maneira tradicional, ela molda o cultivo dos micro-organismos que serão estudados no formato de imagens conhecidas, como Hello Kitty, Pateta ou Smurf.
A ideia surgiu há um ano, durante conversa com uma estudante. De acordo com Fabíola Castro, a inovação agradou alunos e colegas. “Eles adoraram. Levei uma que fiz com Hello Kittty. Eles fotografaram, compartilharam nas redes sociais. É uma forma de aprender brincando as cores e o comportamento das bactérias em cada meio de cultivo. [...] Um colega médico usou a imagem em um congresso”, disse.
Por meio das placas diferentes, a professora de bacteriologia afirma que os alunos conseguiram associar com maior facilidade a pigmentação que os micro-organismos adquirem nos meios, assim como os nutrientes que eles precisam e o tempo que levam para crescer. “É algo para conhecer e estudar e não esquecer depois que a disciplina acabou.”
O manuseio das bactérias acontece no laboratório da faculdade e após o semestre em que os estudantes, também orientados por Fabíola, aprendem técnicas e regras de laboratório na disciplina biossegurança. Usando jaleco e luvas, eles trabalham com cepas (“famílias”) de bactérias com potencial patogênico inferior ao normal.
“São cepas padrão [menos ‘agressivas’], compradas de uma empresa que vende com um certificado de comportamento da bactéria. Elas têm potencial patogênico, porque toda bactéria oferece, mas têm menos riscos que as colhidas em análises laboratoriais. Os alunos trabalhariam de qualquer forma com essas cepas, porque faz parte da formação deles, então encontramos uma forma mais atraente.”
Placas de bactérias feitas por estudantes de biomedicina sob supervisão de professora. (Foto: Arquivo pessoal)
Após inocular colônias de bactérias nas placas e formar as imagens, a professora explicou que o material fica até 24 horas em uma estufa com temperatura entre 35° e 37°, simulando a do corpo humano. O desenho dura cerca de cinco dias e depois começa a ser contaminado. Segundo Fabíola, antes de serem recolhidas como lixo hospitalar, as placas passam por esterilização para garantir que todos os micro-organismos sejam eliminados.
“A gente precisa conhecer as bactérias. Elas são muito presentes na nossa vida, convivemos o tempo todo [com elas], até quando estamos saudáveis. É importante conhecê-las porque por meio deste conhecimento a gente sabe como lidar com elas. A partir disso, você aprende a dominá-las e não a ser dominado por elas.”
Em comemoração ao dia do biomédico, celebrado no domingo (20), uma turma de Fabíola fez algumas placas e expôs no Eixão. Ela afirma que as placas atraíram a atenção das pessoas que passavam pelo local. Veja imagens abaixo.
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