Ao menos 25 morrem em conflitos no norte do Iêmen
Pelo menos 25 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no norte do Iêmen, onde rebeldes muçulmanos xiitas atacaram posições mantidas por combatentes salafistas sunitas, disse um porta-voz dos salafistas neste domingo.
Os ataques, que mataram dez pessoas no sábado, continuaram durante a tarde de domingo, disse ele, elevando o número de mortos para 25, com outros 48 feridos na última explosão em Damaj, cerca de 150 quilômetros ao norte da capital Sanaa.
O conflito no norte do país, onde tropas do governo também tentaram esmagar os rebeldes xiitas Houthi antes de um cessar-fogo, no ano passado, é um dos vários que assolam atualmente o Iêmen, que planeja realizar eleições no próximo ano para substituir o presidente Ali Abdullah Saleh.
Saleh concordou nesta semana em deixar o poder depois de 10 meses de protestos para por fim a seus 33 anos de governo. Ele retornou ao Iêmen na noite de sábado da Arábia Saudita, onde assinou o acordo que visa facilitar sua saída do poder.
A televisão estatal difundiu imagens dele, no domingo, dirigindo-se a um grupo de políticos aliados, e dizendo que os protestos contra ele devem acabar. "O país não pode ter mais do que já teve durante os últimos 10 meses", disse Saleh.
Fontes médicas e ativistas em Taiz - um foco de protestos contra Saleh - disseram que uma pessoa morreu quando as forças do governo dispararam a artilharia contra membros de uma tribo na cidade de Al-Hasab.
Os adversários de Saleh têm criticado suas intervenções públicas desde que assinou o acordo - que o deixa com seu título de presidente por enquanto - uma vez que sinaliza que ele pode tentar subverter o plano de transferência de poder, do qual ele recuou três vezes.
O vice a quem Saleh transferiu o poder, Abd-Rabbu Mansour Hadi, estabeleceu o sábado dia 21 de fevereiro para a eleição presidencial. Partidos de oposição iemenita escolheram um ex-chanceler para formar um novo governo, previsto pelo acordo.
Os vizinhos do Iêmen, além de Washington e das Nações Unidas, esperam que um processo político consiga impedir que o país empobrecido e repleto de armas mergulhe na guerra civil.
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