Com encomendas adiadas, Lupatech vive grave crise
A crise na Lupatech, uma das principais fabricantes de equipamentos para o setor de petróleo, acendeu uma luz amarela em relação aos planos da Petrobrás de desenvolver novos fornecedores. A empresa atravessa dificuldades desde a crise de 2008, quando sua principal cliente, a Petrobrás, adiou encomendas.
Desde então, a companhia vem sendo acompanhada com cautela por analistas e investidores. No início do ano, a Lupatech anunciou uma grande reorganização, que envolvia a venda de ativos - a expectativa era captar até R$ 200 milhões com essas vendas. Mas as negociações para as vendas vêm demorando mais do que a empresa esperava.
Neste mês, a situação se agravou. As ações, que valiam R$ 9 no final de outubro, fecharam na sexta-feira cotadas a R$ 3,88. A preocupação maior é com a dívida de curto prazo. A empresa fechou o terceiro trimestre com dívida líquida de R$ 1,2 bilhão, sendo que R$ 312 milhões com vencimento em 12 meses. O caixa, no entanto, somava apenas R$ 31 milhões.
Na sexta-feira, porém, o mercado começou a enxergar uma luz para a companhia, após o BNDES, um dos principais acionistas, com 11,4% das ações, e também um dos maiores credores da Lupatech, ter anunciado que trabalha com a empresa na busca de "alternativas de mercado" para melhorar sua estrutura de capital. Ainda não há uma solução desenhada, mas uma fonte aponta a atração de um investidor como a melhor alternativa para capitalizar a Lupatech, diante do seu crescente endividamento. / LUCIANA COLLET E ALEXANDRE RODRIGUES
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