Zapatero atribui derrota eleitoral à crise, mas justifica medidas
O presidente do governo espanhol e líder socialista, José Luis Rodríguez Zapatero, atribuiu neste sábado a derrota eleitoral sofrida por seu partido à crise econômica que atinge o país e a erros de gestão e comunicação, mas disse que suas medidas de austeridade foram necessárias.
"Não havia alternativas", afirmou o chefe do Executivo ao abrir com seu discurso a reunião do Comitê Federal do PSOE (Partido Socialista).
A direção socialista se reúne hoje em Madri para analisar a derrota histórica sofrida nas eleições do domingo passado, vencidas pelo conservador PP (Partido Popular), e para convocar um congresso para fevereiro no qual elegerá um novo líder.
Zapatero reconheceu que os socialistas saíram "feridos" das eleições, nas quais "pesou na avaliação popular a reprovação pelas consequências da crise e pela situação do emprego, como a mais visível e dolorosa de todas elas".
A Espanha tem quase cinco milhões de desempregados, mais de 21% da população ativa, índice que supera os 45% entre os menores de 25 anos.
A crise e a exigência da UE (União Europeia) de reduzir o deficit público, unido ao assédio dos mercados financeiros sobre a dívida espanhola, obrigaram Zapatero a adotar medidas e cortes muito impopulares, com rebaixamentos dos salários dos empregados públicos e a aprovação de uma polêmica reforma trabalhista, que causou uma greve geral em 2010.
O candidato socialista nas últimas eleições, Alfredo Pérez Rubalcaba, disse que o ânimo de muitos cidadãos influenciou "o desejo de mudar a realidade pela via de mudar de governo" e que não acreditava em uma vitória da direita, mas na dispersão do voto socialista.
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