Universidade vive desgaste por nota baixa do MEC e confronto com acadêmicos, que vão à Justiça
Alunos da Unic querem indenização de R$ 12 milhões
Pode sair muito cara a atitude da direção da Universidade de Cuiabá (Unic) em atribuir a média baixa - Nota 2 -, obtida no Conceito Preliminar de Curso (CPC), do Ministério da Educação, ao desempenho dos acadêmicos de Medicina no Exame Nacional de (Enade).
Os alunos do curso se sentiram ofendidos e decidiram resolver a situação diretamente na Justiça. Eles alegam que tiveram a sua imagem, de futuros médicos, manchada devido à declaração do comando da Unic.
Os acadêmicos decidiram ajuizar uma ação, e avaliam pedir uma indenização de aproximadamente R$ 12 milhões, equivalente ao ano letivo de 2010 e correspondente ao valor das mensalidades dos 900 acadêmicos matriculados na instituição. Um advogado já esta atuando no caso e deve protocolar a ação na próxima semana.
Em uma nota enviada ao MidiaNews, na semana passada, para tentar contestar o resultado da avaliação do MEC - divulgado nos principais veículos de Comunicação do país -, a Unic alegou que a nota obtida no CPC (Conceito Preliminar de Curso) "não reflete apenas os investimentos em infraestutura, recursos didáticos pedagógicos e corpo docente realizados pela Unic, mas também o desempenho dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes)".
O presidente do Centro Acadêmico de Medicina João Alberto Novis (Cajan), Igor Carlos Dueti, defendeu a tese de que a nota em questão é reflexo da falta de investimentos da instituição em infraestrutura, profissionais e acervo da biblioteca, que, segundo os alunos, está defasado.
"O desempenho dos alunos é somente 30% da nota, os outros 70% são de responsabilidade da instituição. O grande problema da Unic é que uma educação totalmente capitalista e somos mais um número, uma soma de valores. A instituição tem se esquecido da responsabilidade social que o curso tem", disse Igor Dueti, em entrevista ao MidiaNews.
Os alunos revelaram que irão paralisar as atividades no atendimento clínico do Hospital Geral Universitário Júlio Müller na próxima quarta-feira (30). O protesto é para chamar a atenção da reitoria da Unic, que, até o momento, não manteve contato os alunos e se recusa a falar com jornalistas.
Por meio de assessoria, a direção da instituição disse que irá se manifestar sobre o caso apenas por nota, quando achar necessário.
Polêmica na Medicina
Toda a confusão entre Unic e acadêmicos começou após a divulgação das médias baixas obtidas pela instituição, no Conceito Preliminar de Curso (CPC), do Ministério da Educação (MEC). Os acadêmicos estão revoltados com a direção da Unic, que também os culpou pela nota 2, obtida do Índice Geral de Cursos.
O Centro Acadêmico de Medicina João Alberto Novis (Cajan) exigiu uma "retratação urgente" da instituição, no que se refere ao trecho de nota encaminhada ao site, na última sexta-feira (18), atribuindo a culpa das notas baixas ao desempenho dos alunos no Enade.
Em entrevista, os alunos não pouparam críticas à gestão da faculdade, que, segundo eles, é "extremamente capitalista, deixando muito a desejar na qualidade do ensino".
O curso de Medicina na Unic foi autorizado pelo MEC em 2004 e tem duração de 12 semestres, com 8.640 horas aula.
O valor da mensalidade é R$ 4.308,86. Caso o estudante pague até o dia 5 de todo mês, o acadêmico terá um desconto de 6%, e o valor vai para R$ 4.050,33, conforme divulgado no site da instituição.
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