Parecer que condenada VLT em Cuiabá tinha opiniões pessoais e foi revisado
A diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Gomide de Faria Vianna, revelou que o parecer técnico que condenada a mudança do sistema Buss Rapid Transport, o BRT, para o Veículo Leve sobre Trilhos, VLT, como principal obra de mobilidade da Copa do Mundo em Cuiabá, teve que ser revisada. Motivo: ela continha vícios de linguagem e opinião pessoal e porque era subjetiva. Não era, segundo ela, uma nota técnica que representava a opinião da diretoria e do Ministério das Cidades. Para Luiza, a revisão do documento foi “inadvertidamente” colocada como se fosse a posição a diretoria.
Luiza Gomide nego que tivesse havido pressão para alterar o parecer técnico, conforme reportagem publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. A revisão do parecer foi tratado como sendo um documento forjado pela diretora, com autorização do chefe de gabinete do ministro, Cássio Peixoto. O jornal diz que o Ministério adulterou o parecer técnico que vetava a mudança do projeto do governo de Mato Grosso de trocar a implantação de uma linha rápida de ônibus (BRT) pela construção de um veículo leve sobre trilhos (VLT).
“Não houve pressão de maneira nenhuma [para mudar o parecer técnico]. Essa análise é uma análise de praxe, que a gente debate internamente no governo”, disse. “O Ministério das Cidades faz toda a análise técnica, a gente debate conjuntamente. Eu e o doutor Cássio fazemos parte do G-Copa, portanto, a gente está sempre conversando sobre todos os projetos que envolvem análise” – disse à Agência Brasil.
A diretora acrescentou que a alteração de modal de BRT para VLT, no caso específico de Cuiabá, trará benefícios à população. Um dos argumentos mais fortes apresentados pelo governo do estado é o de que o VLT exige menor número de desapropriações – elemento considerado importante na análise de um modal.
Sobre os gastos adicionais da mudança de modal, Luiza disse que não vai representar ônus para o governo federal. O recurso originalmente aportado como participação do estado na obra de Cuiabá era R$ 423 milhões e, segundo a diretora, vai permanecer o mesmo. As denúncias publicadas pelo jornal indicam que, com a alteração, os custos seriam elevados para R$ 1,2 bilhão.
“De jeito nenhum [houve fraude]. Estou absolutamente espantada com essa situação que estou vivendo. A gente trabalha de uma maneira absolutamente transparente, totalmente de boa fé”, disse. “[O episódio foi] Uma quebra de confiança. A princípio, uma quebra grave confiança, que justifica sindicância. E o ministro já providenciou a solicitação dessa sindicância, para entender tudo isso”.
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