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Nacional
Sexta - 25 de Novembro de 2011 às 08:27

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Reportagem de O Estado de S. Paulo, nesta sexta-feira (25) revela que o Ministério das Cidades forjou nota técnica a favor da mudança do projeto de BRT para VLT em Cuiabá em "um ato deliberado".

Segundo o jornal, a fraude teria como objetivo enganar o Ministério Público Estadual. A denúncia é feita com base numa gravação, na qual a diretora de Mobilidade Urbana do ministério, Luiza Vianna, revela a fraude.

Confira a reportagem do Estadão, feita pelo repórter Leandro Collon:

Nota técnica do Ministério das Cidades foi forjada também para enganar MP

Num ato deliberado, o Ministério das Cidades forjou a nota técnica a favor do projeto de transporte público de Cuiabá para também enganar o Ministério Público Estadual. É o que revelou a diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Vianna, na reunião com assessores na segunda-feira (21).

A gravação da conversa, obtida pelo Estado, mostra que a diretora, a mando do chefe de gabinete do ministro Mário Negromonte, Cássio Peixoto, avaliou que não poderia mandar para os promotores de Mato Grosso a nota técnica preparada pelo analista de infraestrutura do ministério Higor Guerra.

A nota de Higor era contrária à troca do projeto de linha rápida de ônibus (BRT), estimado em R$ 489 milhões, pela construção de um Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), orçada em R$ 1,2 bilhão. "Considerando a minha prerrogativa de diretora, a gente cancelou o envio desse material", disse a diretora Luiza Vianna, na segunda.

E ela continuou: "Ele (Higor) não quis mudar nenhuma vírgula. A gente ficou numa situação sem saída. Se ele não quer mudar uma vírgula, não vai poder assinar a nota técnica que nós vamos mandar para o Ministério Público de Mato Grosso. Porque na verdade o que estou entendendo é que ele gostaria que o trabalho dele tivesse sido enviado para o Ministério Público de Mato Grosso. E nós entendemos que, daquela maneira como estava escrito, o trabalho do Higor não poderia ser mandado para o Ministério Público do Estado porque certamente sobraria para mim e para a Cristina, que temos cargo de confiança".

No diálogo, ela se refere a Cristina Soja, a gerente de projetos do ministério com quem assinou a nota técnica fraudada a favor do projeto de Cuiabá. Conforme revelou na quinta-feira, 24, o Estado, numa tentativa de esconder a manobra, o "parecer técnico" favorável ficou com o mesmo número de páginas do contrário e a mesma numeração oficial (nota 123/2011) e foi inserido a partir da folha 139 do processo, a página em que começava a primeira análise. O promotor Clóvis de Almeida Júnior, do MP de Mato Grosso, confirmou na quinta ao Estado que recebeu a segunda versão, favorável ao VLT.

Mo encontro com os assessores na segunda-feira, Luiza Vianna não esconde que manobrou para mudar o texto que vetava o projeto de Cuiabá.

"A gente só tirou alguns termos e algumas maneiras tendenciosas", explicou. "A gente não queria coagir ninguém. Não agimos de maneira sorrateira e disfarçada. A gente fez uma nota técnica e assumimos a responsabilidade por ela."






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