Ricardo Teixeira quer fazer uma campanha contra o racismo no futebol. (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
Após as polêmicas recentes sobre racismo no futebol, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) resolveu abordar a questão. Através de um comunicado em seu site, a entidade anunciou que a 37ª rodada do Campeonato Brasileiro será considerada a "Rodada contra o Racismo". Além disso, Ricardo Teixeira, presidente da CBF, cutucou Joseph Blatter, mandatário da Fifa (Federação Internacional de Futebol).
"Racismo não se resolve com aperto de mão e nem quem sofre esquece no dia seguinte", afirmou Texeira, lembrando da polêmica causada por Blatter recentemente - ele afirmou que os casos de racismo que acontecem em campo poderiam ser resolvidos com um "aperto de mão ao final da partida". Posteriormente, o dirigente se desculpou.
Teixeira, por sua vez, aproveitou para destacar a importância do futebol na luta contra o racismo: "é algo intolerável, que não condiz com o esporte. O futebol, como catalisador de transformações no mundo e fenômeno capaz até de interromper guerras, deve ter um papel primordial na busca de soluções para essa prática", declarou.
Até Mano Menezes seguiu Teixeira e também mandou uma indireta para Blatter através da nota da CBF: "É muito cômodo uma pessoa apertar a mão da outra depois do jogo para pedir desculpa por uma ofensa ao que ele tem de mais sagrado e significativo. A solução é buscar nos mecanismos legais que já existem a forma de haver uma punição muito rígida", opinou o técnico da Seleção Brasileira.
A intenção da CBF é promover uma campanha contra o racismo no futebol. "Nosso desejo é envolver os jogadores, técnicos, dirigentes e torcedores em um movimento capaz de mudar essa situação", afirmou o presidente da CBF.
Além de Teixeira e Mano, Ronaldo, Neymar e Romário também se manifestaram sobre racismo no futebol. O deputado chegou a chamar Blatter de "comédia" no Twitter. "Com certeza o Blatter nunca deve ter sofrido racismo ou passado por problema parecido. Não é à toa que na Inglaterra querem o impeachment dele", escreveu o ex-atacante.
Toda essa polêmica aumentou depois que o brasileiro Edimar, que joga no futebol grego, foi vítima de racismo. O jogador do Skoda Xanthi disse que, ao tocar na bola, a torcida do seu adversário, o PAS Giannina, imitou um macaco durante o jogo. Em seu site, a CBF lembrou desse caso e de outros problemas com brasileiros envolvidos, como Daniel Alves, Gilberto Silva e Roberto Carlos.
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