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Internacional
Quinta - 24 de Novembro de 2011 às 00:19

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O presidente dos EUA, Barack Obama, comemorou nesta quarta-feira como um "passo à frente" a assinatura de um pelo ditador Ali Abdullah Saleh, há 33 anos no poder, que aceitou deixar o cargo após uma proposta das monarquias do golfo Pérsico.

Para Washington, o acordo é um "importante passo à frente para o povo iemenita em sua busca por um país unido, democrático e próspero", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Mark Toner.

"Isto abre um caminho para o progresso do povo iemenita", afirmou Toner, acrescentando que a comunidade internacional "deve manter-se ao lado" deles e "apoiar sua transição rumo a um governo democrático".

  Asmaa Waguih - 10.out.10/Reuters  
Imagem de arquivo mostra Saleh (esq.), Gaddafi (centro) e Mubarak (dir.), três ditadores derrubados por revoltas
Imagem de arquivo mostra Saleh (esq.), Gaddafi (centro) e Mubarak (dir.), três ditadores derrubados por revoltas

Os EUA comentaram ainda o período até que se realizem eleições, e Obama salientou que esta é a hora de uma "transição histórica" no país.

"Exortamos a todas as partes dentro do Iêmen a abster-se da violência e avançar diligentemente até a implementação dos termos do acordo, de boa fé e com transparência, incluindo as eleições presidenciais críveis dentro de 90 dias", acrescentou Toner.

ACORDO

Saleh assinou nesta quarta-feira em Riad, capital da Arábia Saudita, um acordo apoiado pelos países do golfo Pérsico que prevê a transferência do poder no Iêmen, prometendo deixar o cargo.

Apesar de ter assinado o acordo, ainda não há certeza de que ele cumprirá o combinado, uma vez que já voltou atrás diversas vezes sobre o assunto desde o início da onda de revoltas contra seu regime no início deste ano. A cerimônia de assinatura foi acompanhada pelo rei da Arábia Saudita, Abddulah Ben Abdel Aziz.

A televisão estatal saudita transmitiu imagens de Saleh assinando o acordo na presença de rei saudita Abdullah e do príncipe herdeiro Nayef. Autoridades de oposição do Iêmen assinaram o acordo depois de Saleh.

"Hoje, uma nova página da nossa história se inicia", disse o rei saudita às delegações iemenitas presentes durante a assinatura do acordo.

Mais cedo, o emissário da ONU no Iêmen, Jamal Benomar, disse à agência de notícias France Presse que junto com o documento seria assinado um protocolo para sua aplicação, já aprovado pela oposição.

  France Presse  
Imagem de TV saudita mostra Ali Abdullah Saleh no momento da assinatura de acordo para deixar poder
Imagem de TV saudita mostra Ali Abdullah Saleh no momento da assinatura de acordo para deixar poder

A emissora de TV estatal do país confirmou a informação sobre o plano proposto pelas monarquias do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo), liderado pela Arábia Saudita. Em troca de sua renúncia, Saleh e seus familiares receberão imunidade.

De acordo com o plano, o ditador deve entregar o poder por um período interino ao vice-presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, considerado um homem de consenso.

Há dois dias, o chefe do Conselho Nacional Opositor iemenita, Mohamed Basendwa, afirmou que uma data havia sido fixada para dar início ao plano do CCG e confirmou que o vice-presidente seria o responsável por assiná-lo.

No final de abril, o conselho elaborou uma proposta para tentar solucionar a crise política no Iêmen, que desde 27 de janeiro é palco de protestos populares contra Saleh. O novo plano estipulava que o ditador transfira o poder ao vice em um prazo de 30 dias após a assinatura da iniciativa, com eleições dois meses depois.

Segundos fontes próximas a Saleh citadas pela emissora de TV americana CNN, o ditador deve ficar na Árabia Saudita após deixar o poder.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou, por sua vez, que Saleh receberá tratamento médico em um hospital de Nova York.

  Gamal Noman/France Presse  
Iemenitas saíram às ruas em grandes manifestações durante os últimos meses em diversas partes do país
Iemenitas saíram às ruas em grandes manifestações durante os últimos meses em diversas partes do país

Ban conversou na terça-feira por telefone com o iemenita, que informou a ele sobre seus planos para receber cuidados médicos, confirmou à agência de notícias Efe um porta-voz das Nações Unidas.

Já houve três ocasiões em 2011 em que Saleh se recuou a assinar o acordo pela transferência mediado por países da região na última hora.

No poder há 33 anos, o ditador enfrenta há dez meses protestos por sua renúncia.

CONFRONTOS

Partidários e adversários do regime iemenita se enfrentaram nesta quarta-feira, no momento em que Saleh está em Riad para assinar um acordo sobre sua saída do poder.

  Mohamed al-Sayaghi/Reuters  
Soldados desertores do Iêmen participam de manifestação contra Saleh em cima de tanque em Sanaa
Soldados desertores do Iêmen participam de manifestação contra Saleh em cima de tanque em Sanaa

Os enfrentamentos aconteceram entre forças leais ao chefe de Estado, incluindo a Guarda Republicana comandada por seu filho Ahmed, e homens armados do poderoso líder tribal Sadek al Ahmar que se uniu à rebelião, segundo testemunhas.

Explosões foram ouvidas no bairro Al-Hasaba (zona norte), onde mora o xeque Al-Ahmar, e no bairro vizinho de Sufane.

Os combates entre o homens de Ahmar e as forças leais a Saleh acontecem desde maio.

  Arte Folha/Arte Folha  
arte mundo árabe





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