O vazamento de óleo que atingiu o mar do Rio de Janeiro, e que pode chegar à costa do Espírito Santo, deixa os biólogos capixabas em estado de alerta. A mancha no mar pode estar na rota de animais marinhos, como golfinhos e baleias. Além disso, os pinguins que chegaram ao estado neste ano, e que foram devolvidos ao mar no último mês de outubro, também podem ser atingidos pelo vazamento.
"Estamos preocupados e em estado de alerta, porque onde está a mancha há uma rota usada por baleias e golfinhos. Estamos fazendo um monitoramento nas praias, principalmente do Sul do estado, para ver se ocorre encalhes", conta o biólogo Alexandre Charpinel, do Instituto Orca.
A situação dos pinguins que foram soltos em mares capixabas em outubro aparentemente é menos preocupante que a das baleias e golfinhos. "Pelo que tem sido divulgado, o vazamento está em alto mar. A rota que planejamos para os pinguins leva em conta que a corrente os mantenham mais próximos da costa. Mas mesmo assim, estamos atentos, porque não sabemos a rota exata que eles estão fazendo. A esperança é de que eles não sejam atingidos", explica Renata Bhering, bióloga do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM).
Pinguins ficaram sob os cuidados do IPRAM no Espírito Santo (Foto: Divulgação / IPRAM)
Vazamento
O vazamento de óleo teve início no último dia 8 durante atividades de perfuração no Campo de Frade, a 120km da costa do Rio de Janeiro e a uma profundidade de 1.200 metros. Segundo os especialistas do Inea (Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro), uma parte do óleo sobe para a superfície do mar e evapora. Já a outra parte, um óleo mais grosso, fica no fundo do mar, e se agrupa em pelotas. De acordo com os técnicos, este óleo, que fica com forma parecida com piche, poderia chegar à costa do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e de São Paulo.
Entretanto, especialistas do Inea dizem que a chegada do óleo vai depender das condições climáticas, que, neste momento, estão colaborando, já que o vento está soprando para leste, na direção oposta a da costa brasileira. Se o vento mudar, o óleo pode chegar nas praias.
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