O Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans) fez vistorias em três garagens de Planaltina no início da manhã desta quarta-feira (23). Os fiscais lacraram 15 ônibus por questão de segurança. Os veículos são do Grupo Amaral. Por causa da falta de ônibus constante na região e a fiscalização do DFTrans, os moradores resolveram protestar contra as condições do transporte público da região.
O diretor geral do DFTrans, Marco Antônio Campanella, se dirigiu ao local da manifestação na BR-020 para tentar negociar com os moradores. Ele explicou que pretende fazer uma reunião de emergência para verificar qual empresa tem frota reserva com condições operacionais para atender a população de Planaltina.
De acordo com Campanella, a situação do transporte público na região de Planaltina foi agravada pela falência da Cooperativa dos Profissionais Autônomos de Transporte de Samambaia (Coopatram), que operava com 80 veículos, e a situação do Grupo Amaral, que tem desde dificuldades com a gestão até problemas de irregularidades com os ônibus.
"A situação já era crítica, com menos 15 carros operando, bastou que uma pessoa começasse a protestar. Já fizemos uma reunião com o Grupo Amaral e constatamos uma série de problemas. Eles pediram um prazo para regularizar a situação, mas o grupo não fez isso. Então, a fiscalização agiu”, explicou.
Campanella disse ainda que o DFTrans aguarda o processo de falência da Coopatram para que outra empresa possa operar. Ele afirmou que processo é feito pela Secretaria de Transportes do DF, que deve cancelar a concessão de transporte público que estava com a cooperativa.
“Vamos chamar o segundo colocado da licitação. Se eles tiverem condições operacionais, devem assumir o transporte. Caso não tenham condições, faremos um contrato emergencial até a nova licitação”, contou o diretor do DFTrans.
Protesto
Depois de quatro horas, os dois sentidos da rodovia que estavam interditados, no quilômetro 18, foram liberado pelos moradores. Os manifestantes também liberaram a pista no quilômetro 19, mas logo foram para outro local fazer um novo bloqueio. O Corpo de Bombeiros foi acionado para limpar as vias e apagar o fogo.
O protesto começou por volta das 7h. Os moradores atearam fogo em pneus, galhos de árvores, uma placa de trânsito e fecharam as pistas nos dois sentidos da rodovia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, cerca de cem pessoas continuavam na via por volta das 10h30.
Motoqueiros que queriam passar pela manifestação foram agredidos com paus e pedras. Para tentar fugir do protesto e do congestionamento de quase dois quilômetros, alguns motoristas preferiram seguir pela contramão. As ambulâncias tentaram trafegar pelo canteiro das vias, mas depois foram liberadas para passar. Policiais de Goiás também tentaram passar pelo bloqueio, mas foram impedidos pelos manifestantes.
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