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Quarta - 23 de Novembro de 2011 às 14:29

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A Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar de Mato Grosso (Sedraf) informou que o órgão vai se reunir com produtores  de suínos a fim de criar programas para a implantação de biodigestores em propriedades rurais, inclusive de financiamento. A informação foi dada ontem, no 1º Seminário Tecnológico de Biodigestores realizado em Cuiabá, evento que discutiu a transformação de energia através de dejetos animais, uma das tecnologias viáveis para reduzir a emissão de CO2 na atmosfera.

Segundo levantamento realizado pela Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), o Estado conta hoje com 120 mil matrizes e a atividade está em plena expansão, o que causa o aumento da geração de dejetos nas granjas de suínos. 

O Estado de Mato Grosso quer abraçar a ideia, pois o clima favorece a exploração da tecnologia e a suinocultura está em franco crescimento na região. Segundo o assessor técnico da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar de Mato Grosso (Sedraf), Paulo Bilégo, “ a idéia de biodigestores é incrível, gerar energia através de dejetos de animais, por isso vamos começar a movimentar e fazer reuniões com os produtores para traçar um linha de programa e incentivos a biodigestores”, confirmou o assessor.
 
O município de Nova Mutum é hoje um dos grandes responsáveis pela criação de suínos no Estado e pelo menos cinco propriedades já trabalham com o chamado biodigestor. O equipamento produz biogás – uma mistura de gases produzida por bactérias que digerem matéria orgânica, e pode transformar dejetos animais em combustível e energia elétrica.

O produtor e membro da Acrismat Valdomir Ottonelli apostou na tecnologia há seis anos e, à época, investiu cerca de 300 mil reais, valor que considerou alto, mas vantajoso. “Hoje em minha propriedade, o biodigestor transforma energia suficiente para a produção e manutenção de suínos”, contou o suinocultor que ainda usa a energia para aquecimento de leitões no berçário.
 
A tecnologia do biodigestor é utilizada desde a década de 70, mas somente agora ganhou destaque. De acordo com técnico da Embrapa de Concórdia (SC), Airton Kunz, dois fatores foram decisivos para que o sistema conquistasse maior abrangência perante a cadeia produtiva. “A legislação ambiental, que cobra cada vez mais  do produtor a responsabilidade no tratamento dos resíduos e, a busca por energias renováveis de baixo custo são fatores determinantes no retorno da utilização do sistema”, afirmou o pesquisador.






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