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Internacional
Terça - 22 de Novembro de 2011 às 17:37

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Uma homenagem ao ex-brigadeiro chileno Miguel Krassnoff, ex-oficial da polícia política da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), reuniu ao menos 400 manifestantes em protesto durante o evento no Clube Militar de Providência, na capital do Chile, na segunda-feira.

O ex-oficial da Direção de Inteligência Nacional (Dina), conhecido como "o Príncipe", cumpre atualmente uma condenação de 144 anos de prisão por mais de 65 processos em que foi acusado de crimes de lesa-humanidade, como torturas e assassinatos.

Além da pena que já cumpre, Krassnoff pode ser condenado por um novo crime de desaparecimento, como foi divulgado ontem, horas antes do evento em sua homenagem, ocasião em que o ex-repressor lançou o livro "Miguel Krassnoff, prisioneiro por servir ao Chile" (na tradução literal do espanhol).

Os grupos de direitos humanos e ativistas que protestaram contra a cerimônia consideraram o evento uma provocação ao Estado de direito e à democracia por ser uma "apologia à violência" e "ao terrorismo".

Enquanto os militares retirados e os civis pinochetistas entravam no clube militar, os manifestantes gritavam: "assassinos, assassinos". Alguns vestiam camisetas estampadas com os rostos de pessoas desaparecidas na ditadura e outros levavam cartazes com os dizeres: "eu fui torturado por Krassnoff".

Alguns participantes do evento chegaram a responder aos manifestantes que "os mortos bem mortos estão os cachorros". Em entrevistas à imprensa local, outros manifestaram contrariedade com o atual governo do presidente Sebastián Piñera.

A esposa de Krassnoff, María de Los Angeles Bassa, afirmou que o ato foi "muito significativo para todas as famílias [de militares] que estão sofrendo prisões injustas".

Por sua vez, o advogado Carlos Portales, um dos apresentadores da cerimônia, acusou "este governo de direita de não fazer nada pelos militares que sofrem perseguição".

Houve um momento de tensão quando alguns manifestantes tentaram entrar no local do evento. Para evitar a entrada, as forças policiais reprimiram os ativistas com gás lacrimogêneo, que revidaram com pedras e paus. Segundo informações oficiais, seis policiais carabineiros (militares) ficaram feridos e nove civis foram detidos.

Ao final, os participantes do evento foram escoltados na saída e levados a furgões policiais em grupos para saírem do clube militar sem terem contato com os manifestantes que estavam do lado de fora.





Fonte: Da ANSA

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