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Economia
Terça - 22 de Novembro de 2011 às 08:06
Por: MARIANNA PERES

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A entressafra antecipada do segmento sucroalcooleiro de Mato Grosso deverá estar 100% concluída até o final deste mês. As únicas usinas em atividade, Pantanal e ETH Bioenergia, entram na reta final do processo de moagem. Das dez usinas em atividade em 2011, oito delas encerraram os trabalhos ainda no mês passado. A Usina Itamarati, localizada em Nova Olímpia (207 quilômetros ao norte de Cuiabá), referência no Estado, terminou a moagem ainda na segunda quinzena de outubro.

A antecipação da paralisação temporária das unidades é algo jamais visto no Estado e teve início ainda em outubro, reflexo de uma safra de cana-de-açúcar com produtividade 5% inferior ao volume obtido em 2010. Os canaviais foram atingidos por dois períodos seguidos de estiagem, um quando a lavoura estava em formação, no segundo semestre de 2010, e o último durante a colheita deste ano, até início de setembro. Mesmo em um ano atípico, o segmento assegura o abastecimento até a retomada dos trabalhos no próximo ano.

De acordo com o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), mais de 90% da produção de 13,90 milhões de toneladas está colhida e moída. “O término precoce da safra 2011, em relação ao calendário do segmento em anos anteriores, é resultado da estiagem que quebrou a produção”, explica o diretor executivo do Sindalcool, Jorge dos Santos. Os trabalhos no Estado são realizados até o início de dezembro.

Conforme números do segmento, “o rendimento dos canaviais foi 5,5% menor do que o esperado, já que a estiagem prejudicou o desenvolvimento da cana”, completa Santos.

Mesmo com um ano atípico para o segmento sucroalcooleiro no Estado, Santos frisa que não haverá desabastecimento no mercado local, seja de etanol, seja de açúcar. “Temos um compromisso com a sociedade. Apesar do menor rendimento da produção, a cana moída rendeu a contento e por isso há estoques para atravessarmos a entressafra”. A escassez de produto, especialmente a do etanol hidratado, está descartada, visto que a relação oferta e demanda vai permitir cerca de 200 milhões de litros de folga, reflexo da desaceleração do consumo motivada pelo alto preço do litro ao consumidor. Conforme o segmento, no ano passado foram consumidos cerca de 416 milhões de litros de hidratado. A previsão é que em 2011 a demanda fique entre 320 e 350 milhões de litros. “Devemos finalizar a safra com uma produção de 540 milhões de litros e diante deste cenário, teremos quase 200 milhões de litros em estoque, quantidade bastante segura para uma temporada atípica”. Sem revelar números sobre o estoque de passagem de etanol, Santos destaca apenas que mediante a conjugação dos fatores que impuseram menor rentabilidade às usinas, “o compromisso social relativo ao abastecimento está garantido”, reiterou.

PREÇO – O recorde de consumo do etanol hidratado obtido no ano passado, em Mato Grosso, quando o volume passou de 393.941 milhões de litros (2009) para 416.311, foi sucedido da alta sobre o litro médio revendido em Cuiabá: R$ 1,67, o maior contabilizado desde 2007, quando o valor médio foi de R$ 1,43 e o consumo era de pouco mais de 107 milhões de litros. “Em função da reversão do quadro estadual (redução no consumo) é que a baixa produtividade desta safra e até a antecipação da entressafra não trarão escassez ao consumidor”, reforça Santos.

MELHOR - Santos conta que a chegada das chuvas está favorecendo os canaviais que serão colhidos em 2012 e que por conta disso, a safra será antecipada. “Neste ano, a estiagem não apenas fez a safra encerrar mais cedo, como fez os trabalhos de colheita começarem mais tarde, a partir de abril e intensificado somente em maio. Com o bom volume de chuvas, daremos início à temporada 2012 já em março, numa abreviação de um mês em relação a 2011”.




Fonte: Do DC

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