Anvisa vai monitorar reações adversas ao uso do Avastin
A decisão do órgão americano de vigilância, Administração de Drogas e Alimentos (FDA), de retirar a indicação do uso do medicamento Avastatin (bevacizumabe) para o tratamento de câncer de mama com metástase não traz reflexos imediatos no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio de sua assessoria de imprensa, informou que, por enquanto, nenhuma revisão da recomendação brasileira será feita. A ideia é apenas reforçar o monitoramento de eventuais reações adversas do medicamento.
Hoje à tarde, técnicos da Anvisa analisavam a decisão do FDA, adotada depois da análise de estudos apresentados pela fabricante, Roche. De acordo com a agência americana, o uso do Avastatin para casos de câncer de mama com metástase não retardou o crescimento do tumor. Não há estudos também que comprovem que o uso do medicamento melhorou a qualidade de vida das pacientes. Diante desse quadro, a agência determinou a retirada desta indicação do remédio na bula.
Isso não significa, porém, que o Avastatin sairá de circulação nos EUA. A droga pode ser usada ainda para outros tipos de câncer, também autorizados pelo FDA, como o renal, pulmonar e cerebral.
A droga entrou no mercado americano em 2004 para tratamento de câncer retal e em 2008, depois de ser submetida a um programa de aprovação mais ágil, em que apenas alguns estudos são analisados, ela passou também a ser indicada para câncer de mama com metástase. Esse processo é feito para permitir que pacientes em estágios avançados da doença tenham acesso à droga antes de que estudos mais pormenorizados tenham sido concluídos.
No Brasil, a Anvisa já havia, em dezembro, solicitado que a indústria farmacêutica alterasse a bula do remédio. A determinação era a de que as bulas passassem a indicar o uso da droga associada ao paclitaxel, um antineoplásico da família de drogas quimioterápicas que impedem o crescimento celular por meio do bloqueio da divisão celular, os taxanos. Na época, a Anvisa também recomendou para que a bula desaconselhasse a associação do Avastatin com outro taxano, o docetaxe.
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