Antonio Banderas e Salma Hayek lançam "O gato de botas" no Rio de Janeiro (Foto: Alexandre Durão/G1)
"Muitas pessoas talvez pensem que "O gato de botas" é uma continuação do "Shrek". E não é. Nunca foi. Ele foi criado num universo diferente. Não tentamos espremer algo que já tinha sido apresentado ao longo de vários anos. É um personagem com muito potencial. É um filme fresco, novo, diferente. Tem sua própria personalidade e seu próprio estilo", disse o ator durante entrevista coletiva realizada num hotel da cidade, na manhã desta sexta (18).
Na trama, o felino é um órfão criado com Humpty Dumpty (dublado por Zach Galifianakis de "Se beber, não case"), um menino com forma de ovo (personagem de uma canção da língua inglesa), com quem parte na busca de uma gigante que os levará até a galinha dos ovos de ouro. No meio do caminho conhece uma gata de olhos azuis tão maliciosa quanto ele, Kitty Softpaws (ou Kitty Patas Leves), dublada pela atriz mexicana Salma Hayek.
Perguntado se tem alguma característica em comum com o personagem para o qual empresta a voz, Banderas afirmou que sim, mas não apontou exatamente quais. Eu não me atreveria a fazê-lo. Porque gosto muito dele, então vai parecer que estou procurando elogios para mim mesmo. Não quero que soe dessa forma. Mas o gato de Botas é um personagem muito multicolorido, poliédrico, com muitas facetas. É também um pouco canalha e sem vergonha. Essa parte oculta de sua personalidade me diverte muito".
Primeira vez
Enquanto Banderas convive com o felino desde 2002, quando apareceu pela primeira vez em "Shrek 2", "Gato de botas" configurou-se na primeira experiência de Salma com dublagem. A atriz, que participou da coletiva junto de Banderas, Miller e do produtorJeffrey Katzenberg, explicou que o processo foi assustador e prazeroso ao mesmo tempo.
"Chris me convidou para criar o personagem com ele. Não tive nenhuma referência, pois os filmes hoje são dublados de maneira diferente. A voz vem antes do desenho. Então, pude improvisar e inventar ideias para a personalidade da gatinha. Além disso, uma câmera filmava minhas reações o tempo inteiro. Depois, a equipe técnica rouba todos os maneirismos e gestos que fazemos com as mãos e o rosto", explicou Salma, talvez sem saber que 80% das cerca de 700 cópias do longa serão exibidas no Brasil dubladas em português.
Outro detalhe revelado pela atriz foi a possibilidade de dublar Kitty junto de Antonio Banderas, com quem ela afirmou gostar muito de "implicar". "As improvisações ficaram muito divertidas. Muitas delas foram parar no filme. Foi algo que contribuiu para a relação que a minha gatinha tem com esse gato aqui ao lado", brincou atriz sobre o sexto trabalho da carreira ao lado do espanhol - "El mariachi", "A balada do pistoleiro", "Frida", "Era uma vez no México" e "Pequenos espiões" completam a lista.
Por "Frida", foi indicada ao Oscar de melhor atriz pelo papel da artista mexicana Frida Kahlo. A respeito deste trabalho de 2002, contou que quase foi dirigida por um cineasta brasileiro. "Em algum momento Walter Salles iria assumir a direção. Trabalhamos muito em torno do filme, porque eu também o produzi. Por uma questão de tempo, ele acabou aceitando outro filme. No entanto, ele continua a me ajudar. Ele é um dos meus mentores. Tenho por ele um grande carinho. Sinto que um pouco de "Frida" é do Walter, por tudo o que ele me ensinou".
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