Internet tem pouco mais de 5% da receita de R$ 9,46 bi gerada por esse segmento econômico
TVs, jornais e revistas movimentam R$ 76 em cada R$ 100 gastos com publicidade no Brasil

A televisão, seguida pelos jornais e revistas, são os meios mais rentáveis e que respondem pela maior fatia de tudo o que é gasto pelas agências de publicidade e de serviços de propaganda no Brasil. De cada R$ 100 investidos pelas empresas para promoverem seus produtos, R$ 76 vão diretamente para essas mídias.

O resultado faz parte de uma radiografia do setor de propaganda e publicidade feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgado nesta sexta-feira (18). Os dados fora colhidos em 2009 com mais de 1.642 empresas com dez ou mais funcionários.

Segundo a PSPP (Pesquisa de Serviços de Publicidade e Promoção), essas empresas tiveram uma receita de R$ 9,46 bilhões dois anos atrás.

O levantamento mostrou que os tradicionais meios de comunicação são os mais rentáveis. A televisão, sozinha, movimenta 56,1% da receita total dessas empresas. A mídia impressa (jornais, revistas, listas e guias) tem outros 20%.

Rádio e mídia exterior (como outdoors e outros como pôsteres e anúncios em pontos de ônibus, por exemplo) ficam com 7%. A internet, por sua vez, tem só 5,7% do faturamento do setor.

A maior parte dessas receitas e dos negócios do segmento fica nas mãos das agências tradicionais, com maior tempo de atuação no mercado (mais de 20 anos). São 228 empresas nessa categoria, detendo 38% dos negócios e um faturamento de R$ 1,89 bilhão (ou quase R$ 1 em cada R$ 5).

As agências novas, com um total de 223 empresas, representam 35,6% do volume de trabalhos e têm faturamento de R$ 1,63 bilhão. As agências maduras (mais de dez anos e menos de 20) vêm em seguida, com 28% dos negócios e receita de R$ 1,4 bi.

A indústria comprou 32,7% de todos os anúncios, seguida do comércio varejista (16,1%) e de governos (13%), exceto as empresas estatais. Os serviços financeiros e de telecomunicações responderam por parcelas menores: 9,8% e 8,8%, respectivamente.

Entre as maiores fontes de faturamento das companhias do setor, três segmentos de atuação respondem por quase metade dos negócios: comissão sobre veiculação de publicidade na televisão (que gerou receitas de R$ 1,81 bilhão), organização e promoção de eventos (R$ 1,72 bilhão) e promoção de vendas e demonstração de produto (R$ 709 milhões).

Ao apresentar o estudo, a diretora de pesquisa Marcia Maria Melo Quintslr afirma que esses três produtos foram responsáveis por 44,9% da receita bruta de serviços.

- A pesquisa apontou também a participação majoritária das empresas na faixa de 11 a 19 pessoas ocupadas no total de empresas (30,6%) e a participação majoritária das empresas com cem ou mais pessoas ocupadas na receita bruta de serviços (36,8%). Com os dados, o IBGE busca ampliar o conhecimento sobre a oferta de produtos de serviços de publicidade e promoção, um dos setores mais modernos e dinâmicos da economia.