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Sexta - 18 de Novembro de 2011 às 11:51
Por: ROMILSON DOURADO

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Seis anos após o escândalo do mensalão, Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT e réu no processo, começa a percorrer o país para disseminar a tese de que é inocente. Na campanha por mobilização em sua defesa, ele tem recebido tratamento de "pop star". Vai estar nesta sexta à noite no sindicato dos Bancários, em Cuiabá.

Delúbio fará espécie de palestra para sindicalistas e militantes da corrente Construindo um Novo Brasil, da qual fazem parte o secretário estadual de Educação Saguás Moraes, o ex-deputado estadual Alexandre Cesar e o ex-federal Carlos Abicalil.

A diretoria do sindicato disparou telefones e convites para dezenas de pessoas com vistas a prestigiar Delúbio, que havia sido expulso do PT em 2005 por estar no centro das denúncias e reintegrou a legenda em maio deste ano. Essa iniciativa de abrir trégua a Delúbio expõe a categoria dos bancários.

Os mais engajados no sindicato se identificam como petistas e não demonstram o mínimo receio de se aliar ao ex-tesoureiro, que ajudou a manchar o PT por causa de problemas éticos e orgânicos.

Nas visitas à capitais e a outras grandes cidades, Delúbio lança CD  interativo e um livreto de 80 páginas com a cópia de sua defesa e citações do jurista Ruy Barbosa (1849-1923), fotos, artigos, notícias e outros itens de seu site na internet.

Ele tem orientado os organizadores a não permitir entrada de jornalistas, justamente para evitar constrangimento. Assim, sente-se à vontade para apresentar a versão dos fatos que entender conveniente.

Se condenado pelo Supremo Tribunal Federal, Delúbio pode pegar até 111 anos de prisão pelos supostos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Nas alegações finais encaminhadas ao STF referentes ao processo do mensalão, Delúbio admite o crime de caixa dois. Compara as injustiças que teria sofrido durante a CPI dos Correios à condenação de Jesus Cristo.

Nega que tenha feito pagamentos mensais a parlamentares da base aliada, como aponta a denúncia do Ministério Público Federal.

Na defesa, diz que tomou empréstimos nos bancos Rural e BMG com a ajuda do empresário Marcos Valério para cobrir despesas das campanhas eleitorais de 2002, confessando que fez caixa dois. O reconhecimento do crime, ainda que perante a Corte Suprema, pode beneficiar o ex-tesoureiro. O crime eleitoral de caixa dois já está prescrito e não implicaria em nenhuma sanção ao réu.

Ao longo da defesa, escrita com tintas literárias, Delúbio é apresentado como um sonhador, que mesmo com décadas na militância política, permanece pobre. Não cita, porém, que, antes do escândalo, o ex-tesoureiro gostava de ostentar as benesses do poder com carro blindado, charuto cubano e uísque importado.





Fonte: Rdnews

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