Sem condições, médicos do Samu vão ignorar chamadas

Devido às más condições de trabalho, carência de ambulâncias e por falta de um número adequado de profissionais que atendam o telefone da central de regulação do Samu, em Rondonópolis, os médicos decidiram parar de atender o município de Primavera do Leste, apesar da cidade fazer parte da central de atendimento do Sul do Estado. Pacientes do município, com mais de 52 mil habitantes, ficarão desassistidos.

O coordenador do Samu em Primavera do Leste, Advanilson Sampaio, chegou a fazer um apelo aos colegas para que o município voltasse a ser incluído pela central, já que a população estaria sofrendo sérios prejuízos por não estar sendo atendida pelo 192.

O presidente da Câmara Municipal de Rondonópolis, Ananias Filho, solicitou aos médicos que revissem a decisão e permitissem que a central de atendimento voltasse a regular as ligações de Primavera do Leste. Diante do pedido do vereador, os médicos informaram que convocariam uma nova assembléia entre eles, ainda sem data marcada, para avaliar a solicitação.

Revisão dos salários

Outra reivindicação dos médicos do Samu é a readequação salarial. Atualmente eles recebem o salário líquido de R$ 4.927,64 mensais por 30 horas semanais. Conforme o diretor administrativo do Sindimed, Hemógenes Ferreira de Oliveira, o valor está bem abaixo do piso salarial praticado pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), de R$ 9.188,22 para 20 horas semanais. Os médicos alegam ainda que não recebem adicional noturno nem insalubridade.

A presidente do Sindimed, Elza Queiroz, fez um apelo aos vereadores para "salvar" o Samu em Rondonópolis e cogitou a possibilidade de que seja instaurada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para averiguar se os repasses feitos pelo governo federal e estadual ao Samu estão sendo aplicados corretamente. "Somente vocês, vereadores, podem nos ajudar neste momento", pontuou.