A taxa de analfabetismo entre pessoas com mais de 15 anos caiu, entre 2000 e 2010, em ritmo menor do que entre pessoas de 10 a 14 anos, mostram dados detalhados do Censo 2010 divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É preciso ressaltar, porém, que o contingente de analfabetos acima de 15 anos é muito maior do que entre 10 e 14 anos.
No fim de abril, o instituto divulgou dados gerais sobre o analfabetismo e apontou que o país tem 14,61 milhões de analfabetos com mais de 10 anos, o que representa 9% da população na faixa etária.
Os dados desta quarta cruzam os dados gerais com informações sobre faixa etária, sexo, raça e regiões do país.
Conforme o IBGE, no ano 2000, 12,8% da população com mais de 10 anos era analfabeta. Em 2010, o percentual caiu para 9%, uma redução de 29%.
Entre as pessoas de 10 a 14 anos, o índice de analfabetismo passou de 7,3% para 3,9% em 11 anos, queda de 46,5%. O contingente de pessoas nessa situação foi de 671 mil pessoas.
Entre os maiores de 15 anos, a taxa de analfabetismo caiu de 13,6% em 2000 para 9,6% em 2010 - redução de 29,4%. São quase 14 milhões de analfabetos nessa faixa etária. Apesar de cair em ritmo menor, o analfabetismo entre os maiores de 15 anos atingiu o menor percentual da história, considerando dados desde 1940, desde quando o IBGE disponibiliza as informações.
Conforme o instituto, "no contexto internacional, monitora-se primordialmente a taxa de analfabetismo na faixa de 15 anos ou mais de idade". Dentro dessa faixa etária, em 1940, a taxa era de 56%. Quarenta anos depois, em 1980, o índice passou para 25,5%.
"No contingente de 10 a 14 anos de idade a queda [na taxa de analfabetismo] foi mais acentuada. (...) A queda da taxa de analfabetismo ocorreu em todas as faixas etárias, refletindo, principalmente, o aumento da escolarização das crianças ao longo do tempo, e, também, o acesso a programas de alfabetização de jovens e adultos por uma ampla parcela daquelas pessoas que não puderam alcançá-la nas idades apropriadas", diz análise dos dados feita pelo instituto.
Urbana x rural
De acordo com os dados do IBGE, a taxa de analfabetismo continua maior na zona rural do que nas cidades. Considerando todos os maiores de 10 anos, o percentual de analfabetos nas cidades passou de 9,6% em 2000 para 6,8% em 2010. No campo, nesses 11 anos, o índice caiu de 27,7% para 21,2%
No mesmo período, entre as pessoas de 10 a 14 anos, a redução do analfabetismo no campo ocorreu de forma mais acentuada. Passou de 16,6% para 8,4% - queda de 49,39%. Nas cidades, dentro da faixa etária no período, o percentual de analfabetos caiu de 4,6% para 2,9% - redução de 36,95%.
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