Dono de entidade parte para ataque direto ao ministro
O dono da ONG Pró-Cerrado, Adair Meira, atacou ontem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e sua gestão na pasta. "Aquilo é uma bagunça, tem uma série de problemas. Se o ministro tivesse um mínimo de instrução e qualificação, não passaríamos isso que estamos passando no ministério", disse Meira ao Estado, um dia depois de confirmar à reportagem que voou ao lado de Lupi num avião particular em dezembro de 2009. Em entrevista na segunda-feira, Meira disse que providenciou a aeronave, contrariando a versão do ministro.
Na conversa ocorrida ontem, o empresário afirmou ao jornal que, para celebrar convênios com o ministério, precisa dar sua retribuição com "dividendos políticos". "Pedem para a gente inaugurar as coisas, esse tipo de dividendo", disse.
A Pró-Cerrado já recebeu R$ 13,9 milhões do ministério em convênios para qualificação profissional. A entidade é suspeita de desvios de recursos e não execução das metas.
"Se o ministro fosse um pouco mais gestor e a pasta mais qualificada, entenderiam que temos qualidade. A Controladoria-Geral da União diz que mandou um relatório, que não chegou a nós. Não tem clareza", disse o empresário.
A iniciativa de Adair Meira de ir ao ataque é decorrente da declaração de Lupi à Camara de que não o conhecia nem voara a seu lado. Reportagem da revista Veja revelou que Meira providenciou o avião que o ministro usou numa viagem a cidades maranhenses em dezembro de 2009 para agenda oficial. Lupi se defendeu dizendo que o PDT, seu partido, pagou a viagem.
Em entrevista ao Estado publicada ontem, Adair Meira não só desmentiu o ministro ao afirmar que o conhece, como também confirmou que indicou o avião usado para as visitas do pedetista às cidades do Maranhão. "Eu viajei com o ministro num trecho, isso eu confirmo", afirmou o empresário.
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