MMA vira moda e ganha circuito de luxo em SP
Com jeitão de esporte marginalizado, o MMA (artes marciais mistas) começou conhecido como "vale-tudo", com adeptos principalmente em academias de ginástica e transmitido por canais de TV menores. Hoje, atrai público sofisticado e se tornou o quinto esporte que os brasileiros mais querem acompanhar, conforme pesquisa da Nielsen Sports Brazil deste ano.
Em São Paulo, o termômetro são eventos como o MaxFight, iniciado na última quinta-feira, que acontecia em Campinas e agora, na décima edição, irá para outras cidades. A organização trabalha para que o vencedor de todas as etapas consiga vaga no UFC (Ultimate Fighting Championship).
Filipe Redondo/Folhapress |
Lutadores de MMA Rodrigo Mamute, Matheus Serafim, Salvador Minniti e Viscardi Andrade (esq. p/ dir.) |
Na primeira etapa, 2.000 pessoas ocuparam o Esporte Clube Sírio, na zona sul, pagando até R$ 160 pelo ingresso. O evento foi organizado com clima de balada, com show do rapper Rapin"Hood na abertura e bares servindo drinques diversos. O toque de sofisticação é sinal da mudança de direção do esporte. Outrora, as principais competições de MMA, como a Jungle Fight e o Shooto, eram criadas e mantidas por ex-atletas, viabilizadas por patrocínios.
A partir deste ano, a MaxFight, criada há cinco anos, passou a ser comandada pela empresa paulistana de "branded content" (uma forma de marketing) Twice 360º. "Nossos clientes procuravam atrelar suas marcas a novos esportes. Pensamos no MMA", afirma o presidente, Roberto de Raphael.
Para ele, a proximidade da Olimpíada no Brasil, em 2016, já faz com que grandes marcas queiram patrocinar mais esportes, e o MMA, apesar de não ser modalidade olímpica, conseguiu entrar na onda de investimentos. O anúncio da transmissão do UFC pela rede Globo também apimentou os ânimos dos atletas e organizadores dos embates.
OSCAR FREIRE
A moda do MMA também chegou a uma das ruas mais caras de São Paulo, a Oscar Freire. Há dois meses, a Pretorian, confecção de equipamentos dedicados ao esporte no país, abriu uma loja-conceito de roupas no local. Reduto de admiradores do MMA, mantém até uma academia de lutas em um dos andares, restrita a convidados e aos atletas da marca.
"Recebo muitas mulheres curiosas atrás de equipamentos e pessoas que somente assistem ao esporte pela televisão. Antes, éramos mais requisitados pelos praticantes", afirma Ruy Drever, um dos fundadores. No estabelecimento, uma camiseta esportiva pode custar até R$ 200.
Academias de alto porte também registram maior procura por aulas de MMA. A Bodytech implementou a modalidade há dois meses e já tem planos para ampliar as sessões. A ensalidade que inclui diversos esportes de luta custa R$ 535. Na Runner, que cobra R$ 309 por mês no plano semestral, a procura cresceu 30% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado. Após a edição do UFC no Rio, em agosto, o número de alunos nas aulas de MMA aumentou 60% em relação ao mês anterior.
SERVIÇO
Bodytech - r. da Consolação, 2.970, Jardim Paulista, zona oeste, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3897-3000. E outras unidades.
(www.abodytech.com.br)
Pretorian - r. Oscar Freire, 228, Jardim Paulista, zona oeste, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/2344-2255.
(www.ptrn.com.br)
Runner - av. Angélica, 635, Higienópolis, centro, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3667-4874. E outras unidades. (www.runner.com.br).
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