Acusado de ter usado um avião privado - alugado pelo fundador das organizações não-governamentais (ONGs) Fundação Pró-Cerrado e Renapsi -, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), negou a versão em uma nota divulgada no sábado. Reportagem da revista Veja deste fim de semana aponta que, após a viagem de Lupi no jatinho, Adair Meira, coordenador das ONGs, ganhou um contrato com a pasta.
Lupi disse em nota que "nos dias 11, 12 e 13 de dezembro de 2009, esteve no Estado do Maranhão para agendas oficiais e partidárias e que seu transporte de Brasília para São Luiz (MA) aconteceu em voo regular da companhia aérea TAM, conforme bilhete apresentado."
A nota vem acompanhada de três fotos, uma delas do próprio bilhete aéreo com os dados de Lupi e das duas viagens, a de ida e volta, tendo este última a origem de Curitiba (PR). O documento segue dizendo que os todos deslocamentos realizados no Maranhão para agendas foram de responsabilidade do Diretório Regional do PDT, do ex-governador Jackson Lago e do deputado federal Weverton Rocha.
O ministro diz ainda que desconhece que seu ex-assessor Ezequiel Nascimento, então secretário de Políticas Públicas de Emprego do MTE, tenha solicitado avião particular para que ele o acompanhasse na agenda. "Importante esclarecer também que o responsável, conforme a revista Veja afirmou, pelo empréstimo do avião, à época não tinha nenhum tipo de relação com convênios do ministério", diz a nota.
Outras denúncias envolvendo ONGs já haviam sido direcionadas contra Lupi. De acordo com outra reportagem da revista Veja, o Instituto Êpa, sediado no Rio Grande do Norte, teria sido alvo de um esquema de cobrança de propina no ministério, tendo sido orientado a verificar com Weverton Rocha, então assessor especial de Lupi, ou Anderson Alexandre dos Santos, coordenador-geral de qualificação, como pagar para conseguir parcerias com o governo.
À reportagem da revista, representantes das ONGs disseram que as organizações contratadas pelo ministério tinham o repasse de recursos bloqueados após enfrentar problemas com a fiscalização da pasta. Assessores do ministro então procurariam os dirigentes das entidades para resolver o problema e cobrar propinas que variavam entre 5% e 15%. O ministro negou todas as acusações.
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