Na véspera de ocupação, Rocinha tem rotina normal
O prazo dado pela polícia para ocupar a favela da Rocinha se aproxima, mas os moradores parecem não se importar. O comércio formal e informal, principalmente, segue funcionando e a maior parte dos lojistas promete abrir as portas. Ao menos na entrada da comunidade.
Pelas ruas da comunidade o som de funk e pagode que escapa dos botecos se mistura a pregação religiosa e camelôs gritam a plenos pulmões a última promoção, a fim de liquidar cds e dvs piratas, enquanto policiais militares aproveitam para revistar veículos e pedestres suspeitos. Nas paredes, cartazes da associação de moradores prometem assistência jurídica e defensores durante toda a madrugada.
Com mais de 70 mil moradores, segundo o IBGE, a Rocinha é a maior favela da zona sul e abriga boa parte da força de trabalho da região.
"Não tem porque fechar. Se tiver algum problema vai ser lá em cima", afirma o dono de uma loja de roupas que preferiu não se identificar, de olho nos moradores que ficarão em casa no fim de semana por causa da ocupação.
Dona Maria, a frente de uma pensão que serve pratos feitos 24h decidiu encerrar o serviço mais cedo hoje, por volta das 21h, mas amanhã não vê razão para não trabalhar. "Vou ver como estão as coisas, mas devo abrir."
A ocupação da Rocinha deve começar ainda na madrugada de domingo, quando o espaço aéreo e as principais vias de acesso à comunidade serão fechados. Além do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e policiais militares da tropa de choque, a operação irá contar com o apoio da Polícia Federal, Federal Rodoviária e Civil.
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